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Nova coordenação do Bloco de Esquerda aprovada sem oposição

Catarina Martins anuncia novo modelo de direção que vai ao encontro do sinal político dos delegados da Convenção. Comissão permanente de seis membros terá representantes de todas as moções e uma porta-voz: a própria Catarina.
Catarina Martins e a nova Comissão Política. Foto de José Sena Goulão - Lusa
Catarina Martins e a nova Comissão Política. Foto de José Sena Goulão - Lusa

A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda elegeu neste domingo a Comissão Política de 18 membros que conta, de acordo com os estatutos aprovados na IX Convenção, com 8 membros da moção U, 8 da E, um da B e um da R. A MN decidiu também constituir uma Comissão Permanente, que segue a regra da paridade, formada por seis membros da Comissão Política, igualmente proporcional às moções (dois indicados pela moção U, dois pela E, um pela R e um pela B). A Comissão Permanente definirá as funções dos seus membros, sendo Catarina Martins a porta-voz da Comissão Permanente e Pedro Filipe Soares, que integra esse organismo, o líder parlamentar. (Veja no final a composição destas comissões).

Esta solução foi aprovada com mais de 90% dos integrantes da Mesa Nacional e não teve votos contra. João Semedo, que trabalhou ativamente nas negociações desta solução, divulgou nota explicando que não fará parte da Comissão Política nem da Permanente, mantendo-se como membro da MN e deputado.

Abaixo, a apresentação que Catarina Martins fez das resoluções da Mesa Nacional, na íntegra:

O Bloco de Esquerda e as várias moções souberam ler o sinal político dos delegados na Convenção e revelaram a sua responsabilidade e o seu empenho numa solução que valoriza muito mais aquilo que nos une do que as diferenças. Ao contrário do que muitos anunciaram, temos hoje um Bloco mais forte, e mais unido. A solução que encontrámos é a de uma direção política em que estão representadas todas as moções através de uma comissão permanente de que sou a porta-voz. Esta solução foi aprovada com mais de 90% e não teve nenhum voto contra.

Empenho e generosidade de João Semedo

Com esta solução, respondemos ao apelo que João Semedo nos deixou no final da Convenção: enterrar a disputa interna e construir um Bloco unido. 

Com esta solução, respondemos ao apelo que João Semedo nos deixou no final da Convenção: enterrar a disputa interna e construir um Bloco unido. Passar à ação, é disso que o país precisa. A moção que eu e o João Semedo encabeçámos nesta Convenção procurou as soluções necessárias e foi neste percurso acompanhada por todas as outras moções. Quero salientar aqui que a solução encontrada só foi possível graças ao empenho, à disponibilidade e à generosidade do João Semedo em todo este processo. O Bloco de Esquerda deve-lhe muitíssimo e eu ainda mais. Sei que estaremos juntos a construir o Bloco de Esquerda em todas as lutas da esquerda, e continuamos a contar com o seu contributo, a sua força e a sua determinação.

Capacidade de fazer consensos

Afirmámos sempre que no Bloco a diversidade não é defeito, é feitio. E é a capacidade de fazer consensos, de unir esquerdas, de unir lutas, de unir causas que nos dá força. Aqui estamos mais unidos e mais fortes. Aqui estamos com autarcas empenhados por todo o país a defender quem mais precisa. Aqui estamos com a melhor eurodeputada portuguesa a defender o nosso país na Europa. Aqui estamos com um grupo parlamentar que abraça todas as causas e que a cada dia faz a diferença. E aqui estamos com ativistas em todo o país, em todas as causas que em cada dia não abdicam de nada do que é essencial e constroem a alternativa.

Não estaremos no conforto das meias-tintas

Desengane-se António Costa se acha que nos pode descartar como estando no conforto do protesto. Nós não estamos é no conforto das meias-tintas. Nós estamos na luta pela alternativa contra a austeridade.

Desengane-se António Costa se acha que nos pode descartar como estando no conforto do protesto. Nós não estamos é no conforto das meias-tintas. Nós estamos na luta pela alternativa contra a austeridade. O país precisa de uma mudança. Não estaremos, como António Costa, no conforto das meas-tintas. O país precisa de emprego, e para isso a austeridade tem de ser derrotada. Não estamos no conforto das ilusões que serão quebradas logo a seguir às eleições. Para derrotar a austeridade, o país precisa de se libertar do garrote da dívida e da chantagem da União Europeia. Não se pode prometer mudança e não querer mudar nada do que realmente conta. Não estamos certamente no conforto dos silêncios. Afirmamos que é preciso recuperar salários e pensões, que o país precisa de reconstruir os serviços públicos, que precisamos acabar com o roubo dos impostos de quem trabalha e o privilégio dos grandes interesses económicos.

O Bloco de Esquerda é de facto um partido único na esquerda portuguesa. Somos capazes dos maiores exercícios de liberdade e da vivência da diversidade política. Mas também somos capazes da maior união quando se trata do que é essencial. Hoje encerrou-se a IX Convenção do Bloco de Esquerda. Estamos prontos, a esquerda e o povo português podem contar com o Bloco de Esquerda.

Composição da Comissão Política (por ordem alfabética):

Adelino Fortunato

Catarina Martins

Fabian Figueiredo

Helena Carmo

Humberto Silveira

Joana Mortágua

Jorge Costa

José Gusmão

José Soeiro

Mariana Mortágua

Marisa Matias

Moisés Ferreira

Nuno Moniz

Pedro Filipe Soares

Pedro Soares

Sandra Cunha

Sara Schuh

Zuraida Soares

Composição da Comissão Permanente (por ordem alfabética):

Catarina Martins (porta-voz nacional)

Adelino Fortunato

Joana Mortágua

Nuno Moniz

Pedro Filipe Soares

Pedro Soares

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