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No Dia Mundial do Livro, apoiar os resistentes!

No Dia Mundial do Livro, lembramos as pequenas livrarias que estão em crise muito antes de crise, voltamos a divulgar a nova Rede de Livrarias Independentes e temos sugestões de livros online.
Dive. Rede de Livrarias Independentes

Hoje é Dia Mundial do Livro mas tantas livrarias e bibliotecas devem estar de portas fechadas. Temos sido inundados, de forma justa e generosa, por livros online gratuitos que nos podem levar (ou não) a passear neste tempo de confinamento. 

É o caso da Imprensa Nacional Casa da Moeda, que disponibiliza algumas coleções gratuitas. Destacamos “O Essencial Sobre”, com dezenas de publicações desde o essencial sobre escritores como Jorge de Sena, Raúl Brandão ou Dante Alighieri, ao essencial sobre a Primeira República, a História da Universidade ou a Filosofia Portuguesa (séc. XIX e XX)

Para quem ainda não conhece o Project Gutemberg, hoje é também um bom dia para espreitar. Em funcionamento desde os anos setenta e com mais de 60 mil livros disponíveis, é o repositório de livros online mais antigo do mundo. Para quem não lê em inglês, não há desculpa: existem mais de quinhentos livros em português neste repositório (e em tantas outras línguas). Basta um pouco de paciência, de curiosidade e de tempo para procurar. 

Mas o livro não é só o que lá está escrito.
É também o objeto. E quem o faz. E quem o vende. 

RELI - de “voltei a ler” mas também de “Rede de Livrarias Independentes” - é uma associação criada no início deste mês com o objetivo de “coordenar esforços para enfrentar a crise no mercado livreiro, que vem comprometendo, já há vários anos, a existência de pequenas livrarias em todo o país”, como podemos ler na nota assinada - em nome das mais de cinquenta livrarias de norte a sul do país - por José Pinho (Livraria Ler Devagar) e Rosa Azevedo (Livraria Snob). 

Com a criação da associação e lançamento do site, a RELI lança dois desafios: 

1. “Livraria às Cegas” desafia o leitor a escolher um livreiro e a pagar-lhe um valor igual ou superior a 15 euros para receber um pacote-surpresa de livros em casa.

2. “Fique em casa, mas não fique sem livros” é um apelo ao público para que encomende livros das livrarias listadas, sendo que os portes serão gratuitos.

Naturalmente nem todas as pessoas terão possibilidade de investir em livros neste momento, mas divulgar estas iniciativas é um gesto de ajuda ao alcance de toda a gente. 

Dia Mundial do Livro serve também para lembrar a mercantilização da indústria livreira que, a par e passo, foi esmagando os editores mais pequenos. Serve para lembrar a gentrificação das nossas cidades que, a par e passo, foi fechando as livrarias mais ternas e antigas, incapazes de lutar contra o papão da especulação imobiliária. Serve para pensar em como estarão a sobreviver os ainda resistentes editores, livreiros e alfarrabistas neste período de emergência. E para homenagear todos estes “pequenos” grandes, os que resistiram até já não poderem mais, e os que ainda se organizam e resistem, continuando a fazer um trabalho tão árduo quanto louvável. Viva!

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