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“No dia 25 de maio é preciso punir a direita que destruiu o país”

Marisa Matias defendeu este domingo em Alcouce, Condeixa, que os portugueses não podem ser os “cofres onde o Governo e as instituições europeias vêm buscar dinheiro de cada vez que querem alimentar os seus amigos”. Catarina Martins disse que “o dia 25 de maio tem que ser o dia de ajuste de contas com uma direita que acha excelente a destruição do país”. Pureza afirmou que “precisamos de alguém que não faça alianças para trocar a alma por conveniências”.
“Somos gente com dignidade. Se pagamos impostos, temos que vê-los redistribuídos”, defendeu Marisa Matias. Foto de Paulete Matos

Marisa Matias regressou à terra-natal este domingo à noite, para um jantar-comício que encheu a Associação Cultural de Alcouce, com mais de 200 pessoas, onde a eurodeputada começou por recordar Miguel Portas e usou o exemplo da sua aldeia para falar de um país esquecido.

“Desde que aqui deixei de viver e a desde que a austeridade chegou para ficar nas nossas vidas, já não há memória nesta terra nem da escola pública, nem da extensão de saúde, nem dos transportes públicos, nem de muitas pessoas que aqui viveram e que daqui foram obrigadas a sair. (...) Aqui vive-se no Portugal escondido essa memória de forma mais vincada do que naquele que aparece todos os dias”, disse.

Para Marisa Matias, os portugueses não são “apenas cofres onde o Governo e as instituições europeias vêm buscar dinheiro de cada vez que querem alimentar os seus amigos”.

“Somos gente com dignidade. Se pagamos impostos, temos que vê-los redistribuídos”, defendeu.

Segundo Marisa Matias, em qualquer democracia “toda a gente deve ser tratada” com “honradez e não menos do que ninguém”.

“Porque somos todos iguais. Somos todos iguais para pagar impostos, teremos que ser todos iguais nos serviços”, justificou.

 “No dia 25 de maio é preciso punir a direita que destruiu o país”

 “Juncker olha para Portugal e diz excelente. A direita olha para a destruição do nosso país e diz excelente”, acusou Catarina Martins.

“O dia 25 de maio tem que ser o dia de ajuste de contas com uma direita que acha excelente a destruição do país e esse ajuste de contas vai ser feito por um país que não se resigna”.

Reiterando o apelo ao voto e a luta contra a abstenção, Catarina Martins foi perentória: “no dia 25 de maio é preciso punir a direita que destruiu o país e sabemos que ficar em casa será dar-lhes um prémio”.

“Nós não somos o país dos festejos tontos sobre o destroços da economia", criticou, numa alusão à celebração que aos partidos da Aliança Portugal têm feito da saída da troika de Portugal.

A líder bloquista criticou ainda que quer Passos Coelho, quer Paulo Portas digam “valeu a pena” quando “nunca houve tão poucas crianças em Portugal e tantas crianças pobres” e “nunca tanta gente foi forçada a emigrar”.

“Sobre os destroços do nosso país a direita diz excelente”.

“Mas temos também outras campanhas, como a do PS que nos vêm dizer que é preciso mudar. É preciso mudar mas teremos de mudar verdadeiramente. Não vale nesta campanha prometer que se vai mudar querendo que fique tudo na mesma”, atirou.

“Precisamos de alguém que não faça alianças para trocar a alma por conveniências”

“Há um país escondido, há um país que não passa nas televisões, há um país que não aparece nos jornais, e, uma campanha como a do Bloco de Esquerda, para mais com a cabeça de lista que temos a honra de ter, tem a obrigação de trazer este país, de trazer esta sociedade, de trazer esta realidade, que tantas vezes está escondida dos olhos do resto do país, de trazer isto para o primeiro plano das nossas atenções”, defendeu José Manuel Pureza.  

“Esta realização aqui em Alcouce era algo que tinha que ser feito, numa campanha que tem a Marisa como cabeça de lista. Porque uma campanha eleitoral, sobretudo esta campanha eleitoral, é feita de um trabalho profundo, de grande dimensão em torno de uma palavra. De uma palavra que precisamos agora para o país, essa palavra é: confiança”.

Segundo Pureza, “precisamos de ter nas instituições que nos representam alguém que nos dê total garantia de confiança em matéria de palavra, em matéria de serviço, total garantia de confiança em matéria de atenção e disponibilidade. Eu tenho a certeza absoluta que não podíamos encontrar uma melhor pessoa para encarnar todas estas exigências, que agora o povo nos faz, que a Marisa Matias para este efeito”.

“O que o povo nos diz, o povo que está tão magoado com aquilo que estão a fazer às suas vidas - às nossas vidas -, a cada contacto, é que precisamos de alguém que não prometa para depois esquecer, que não abrace para depois ignorar, que não faça alianças para trocar a alma por conveniências, e, é por isso, que aqui em Alcouce, as pessoas que conhecem a Marisa desde sempre sabem bem como todos e todas aquelas, que ao longo das nossas vidas, temos tido o privilégio de lutar, conviver e lutar com a Marisa Matias, nós sabemos que ela nos dá total garantia de ser essa pessoa que o povo quer que o represente”.

“Este é o momento de falar a verdade, de lutar pela verdade e de ser consequente com essa luta pela verdade, e, é por isso, que a lista que Marisa Matias encabeça, a lista do Bloco de Esquerda, nos dá totais garantias”, asseverou o dirigente bloquista.

No jantar intervieram ainda Gisela Martins, dirigente da concelhia de Condeixa e José Dias, mandatário regional da candidatura do Bloco ao Parlamento Europeu.   

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