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Não há prova para ninguém

As vítimas podem ser metade, mas a injustiça da prova continua inteira. Para a derrotar, não serve meia-luta. É necessário realizar piquetes nas escolas onde houver provas marcadas e lutar para ganhar.
Ao limitar a prova aos professores com menos de cinco anos de serviço, Nuno Crato e a FNE transformam-na em pura crueldade contra os mais fracos. Foto de Paulete Matos

Ao limitar a prova aos professores com menos de cinco anos de serviço, Nuno Crato e a Federação Nacional de Educação (FNE) transformam-na em pura crueldade contra os mais fracos. Uma crueldade contra professores jovens e formados e, na sua maioria, desempregados. Depois de os lançar no desemprego, Crato quer agora varrê-los da profissão. É um insulto e uma brutalidade inaceitáveis.

Crato demorou a perceber, mas não tinha força para fazer a prova como a imaginou. A luta dos professores obrigou-o a um recuo. Mas esta estratégia de "dividir para reinar", nem com a ajuda da FNE funcionará. O sindicato da UGT saíu da luta, vá pela sombra. Para que alguém possa cantar vitória, ainda há uma prova a mais. Se não for enterrada de vez, o que Crato quis para muitos e agora limita a alguns, aplicará amanhã a todos. Porque o objetivo do governo da troika é só um: tal como na mobilidade para os efetivos, quer apenas retirar professores do ensino.

Nuno Crato recuou porque está com medo. Medo da união da classe docente e das manifestações de protesto que estão marcadas até ao dia da prova e para o dia da mesma. Sabe que pode perder e que pode deixar de ser ministro. Uma injustiça contra um professor é uma injustiça para todos. Tempos todos formação profissional para lecionar e esta prova aberrante não prova coisa nenhuma.

As vítimas podem ser metade, mas a injustiça da prova continua inteira. Para a derrotar, não serve meia-luta. É necessário realizar piquetes nas escolas onde houver provas marcadas e lutar para ganhar.

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