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Movimento Peniche Livre de Petróleo lança petição contra “desastre petrolífero”

Peniche Livre de Petróleo desafia autarquias a posicionarem-se contra concessões e lança petição nas Berlengas contra exploração de petróleo e gás na região
Foto de perfil do Facebook do movimento Peniche Livre de Petróleo.

O Movimento Peniche Livre de Petróleo lançou esta manhã uma petição nas Berlengas, Reserva Mundial da Biosfera UNESCO. O objectivo da petição, dirigida ao Presidente da Assembleia da República, é o cancelamento dos contratos de prospeção e produção de petróleo na Bacia de Peniche e na Bacia Lusitânica. Entre os vários membros do movimento presentes na conferência de imprensa de lançamento estiveram a atriz Sónia Balacó e Ricardo Vicente, engenheiro agrónomo.

No texto da petição destacam-se os riscos ambientais e socioeconómicos muito elevados da exploração offshore e Deep Offshore ao largo da costa, assim como da exploração convencional e por fracking nas concessões de Pombal e da Batalha, a ausência de avaliações de impacto ambiental e económico das concessões e a inexistência de qualquer consulta pública para os contratos em terra e no mar.

O movimento recorda que o combate às alterações climáticas exige que 80% das atuais reservas de combustíveis fósseis fiquem no solo e que, por isso, Portugal deve manter os seus recursos geológicos intocados, devendo dar prioridade total à produção de energias renováveis, onde tem elevado potencial.

Recordando o desastre petrolífero do Deepwater Horizon da BP, no Golfo do México, em 2010, Ricardo Vicente afirmou à imprensa “não queremos o cemitério de Louisiana aqui, queremos as Berlengas como património mundial da biosfera, queremos a preservação dos ecossistemas e dos serviços que nos prestam, que possibilitam a pesca, a agricultura, o turismo e outras actividades territoriais. Esta é uma petição contra o desastre petrolífero: o desastre que são os acidentes e o desastre que é a própria exploração.”.

O movimento Peniche Livre de Petróleo pede ainda que todas as autarquias, câmaras municipais e juntas de freguesia se juntem a esta luta e que participem na recolha de assinaturas para a petição, que estará disponível em papel, e online aqui.

Depois do adiamento dos furos offshore da ENI/GALP Aljezur e da REPSOL/Partex em Faro, o movimento contra o Petróleo e o Gás em Peniche junta-se ao movimentos do Algarve que já apresentaram petições com várias dezenas de milhares de assinaturas no Parlamento, exigindo o fim das concessões e a revogação do Decreto-Lei nº 109/94.

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