Este sábado, Rafi Peretz, que é também rabino e líder do partido religioso nacionalista, proferiu as declarações polémicas. Ao ser questionado sobre a possibilidade de mudar a orientação sexual de alguém não heterossexual, o ministro respondeu: “Acho que é possível.” Este domingo, cerca de mil pessoas manifestaram-se em Telavive para pedir a exoneração do cargo de Peretz.
Entretanto, até o primeiro-ministro israelita, Benjamin Betanyahu, já condenou as afirmações do rabino, não respondendo aos pedidos de exoneração: “Os comentários do Ministro da Educação sobre a comunidade gay não são aceitáveis e não refletem a posição do governo que eu dirijo”, afirmou. Recorde-se que Netanyahu acolheu no seu governo a União dos Partidos de Direita, liderada por Peretz.
“Os comentários do Ministro da Educação sobre a comunidade gay não são aceitáveis e não refletem a posição do governo que eu dirijo”, disse o primeiro-ministro.
Ao longo dos anos, Israel tem sido cada vez mais inclusivo em termos de políticas LGBT, tendo até uma das maiores marchas LGBT do mundo, a que membros do partido de Peretz já chamaram “um desfile de bestas”. O país tem ainda sido criticado por instrumentalizar esta suposta aceitação, abertura de mentalidades e ideia de igualdade de direitos para acentuar o que seria um confronto civilizacional com a Palestina, prosseguindo a ocupação dos territórios. Aliás, na mesma intervista, Peretz afirmou que os palestinianos “não poderão votar”, mesmo que Israel ocupe a Margem Ocidental.
Em setembro, haverá novas eleições no país. Netanyahu é dos seculares mais pró-ortodoxos que Israel teve na chefia, registando várias uniões com outros grupos de extrema-direita. Contudo, esta questão pode criar clivagem e Netanyahu já se distanciou publicamente do ministro da Educação.