Ensino Superior

Ministro ameaça aumentar propinas no próximo Orçamento

09 de janeiro 2025 - 12:44

Em entrevista à RTP, Fernando Alexandre voltou a defender o aumento das propinas pagas pelos estudantes universitários. E diz que aguarda apenas pela conclusão de um estudo encomendado pelo Governo.

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Fernando Alexandre quer aumentar propinas
Fernando Alexandre quer aumentar propinas.

O valor máximo das propinas no Ensino Superior foi congelado em 2021, durante a pandemia e está fixado em 687 euros para cursos de licenciatura e cursos técnicos superiores profissionais. Mas o Governo, que já tinha ameaçado aumentar este valor na preparação do Orçamento do Estado para este ano, abandonando a proposta após as declarações de repúdio das associações académicas, volta agora ameaçar com um aumento daquele valor.

“As propinas, na minha opinião, devem ser descongeladas. (..) O movimento de redução das propinas não foi correto, foi um erro”, afirmou o ministro Fernando Alexandre no programa da RTP “Tudo é Economia”. E para o governante, esse aumento está apenas pendente da conclusão de um estudo sobre o sistema de ação social, que deverá estar pronto em abril.

Rita Gorgulho
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“Nessa avaliação do sistema de ação social, o que nós queremos é que seja considerado o rendimento do agregado, por um lado, e por outro todos os custos e que se tenha em conta até a diferenciação de custos consoante a região”, prosseguiu o ministro, abrindo a porta ao aumento das propinas já no próximo Orçamento do Estado.

Quando rebentou a polémica em setembro passado, o ministro remeteu-se ao silêncio e só no mês seguinte viria garantir que "não vai haver aumento de propinas este ano e no próximo ano letivo”. Agora, pretende ver fundamentada esta opção ideológica no estudo que encomendou à Universidade Nova para concretizar a medida no próximo Orçamento. O aumento das propinas não representa um reforço no financiamento do Ensino Superior e Politécnico, dado que representa uma pequena parcela das receitas próprias das instituições cronicamente subfinanciadas. A grande fatia do seu financiamento, de cerca de 60%, cabe ao Orçamento do Estado.