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Medo do estigma impede famílias pobres de recorrer a RSI

Durante a conferência sobre pobreza e exclusão social, que se realizou em Lisboa esta quinta-feira, Carlos Farinha alertou para o facto do universo de beneficiários do RSI - 429.785 até ao primeiro semestre de 2010 – estar muito aquém do número de indivíduos carenciados que reúnem as condições para usufruir desta prestação.
Existem cerca de 171 mil portugueses que poderiam ter acesso a este tipo de apoio e que não recorrem ao mesmo por “medo do estigma da pobreza", defende este economista.
Carlos Farinha Rodrigues considera que a "a violentíssima campanha negativa" que está a ser conduzida "contra o RSI" e que, muitas vezes, tem maiores consequências nas pequenas localidades, põe em causa o seu “efeito directo na redução da intensidade da pobreza"
O sociólogo Eduardo Vítor Rodrigues já havia alertado para o "brutal ataque" ao RSI e o consequente agravamento do estigma: "O que está a acontecer é um processo de estigmatização que afecta, de forma violentíssima, o beneficiário. Os empregadores acham que os beneficiários são malandros e não lhes dão emprego. Os políticos alimentam o estigma e as pessoas perdem a auto-estima".
Eduardo Rodrigues também havia denunciado a “hipocrisia” debate político ao sublinhar que 77% do universo de beneficiários do RSI não são “empregáveis”.
CDS: RSI é “financiamento à preguiça”
O CDS há muito que alimenta um discurso demagógico de ataque aos mais pobres. Paulo Portas chegou a afirmar que "Este país avança com trabalho, avança com aqueles que contribuem para a riqueza da nação, (...) não avança com financiamentos à preguiça" e que "É aí que é preciso gastar mais e investir melhor, em vez de se andar a gastar dinheiro numa prestação social chamada rendimento mínimo [Rendimento Social de Inserção].
Para o líder do CDS, os beneficiários do CDS são "Gente que, pura e simplesmente, não quer trabalhar e quer viver a custa do contribuinte".
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