Extrema-direita

Mário Machado pede ajuda a Elon Musk para evitar prisão, deputado do Chega apoia-o

03 de janeiro 2025 - 15:14

Neonazi faz pedido desesperado de asilo a Elon Musk. Deputado do Chega diz que Mário Machado é "prisioneiro político".

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Miguel Arruda e Mário Machado
Miguel Arruda e Mário Machado. Montagem de Esquerda.net

O neonazi que foi condenado a cumprir dois anos e 10 meses de prisão efetiva por incitamento ao ódio e violência contra mulheres utilizou a rede social X para pedir ajuda a Elon Musk. Mário Machado pediu asilo político na embaixada americana após a posse de Donald Trump e foi apoiado na mesma rede social pelo deputado do Chega Miguel Arruda.

Na publicação, o neonazi escreveu diretamente à conta de Elon Musk alegando ser uma vítima por ter sido condenado. “Um tweet de sete palavras em tom irónico e sarcástico contra ativistas de esquerda”, é assim que Mário Machado descreve o incidente em que apelou à prostituição forçada de mulheres de esquerda, pelo qual foi condenado. A pena de prisão efetiva foi confirmada no mês passado pelo Tribunal da Relação de Lisboa.

Ao apoio do conhecido neonazi veio Miguel Arruda, deputado do Chega eleito pelo círculo dos Açores, que também dirigiu a mensagem a Elon Musk e utilizou um argumento de autoridade – clarificando que é “um membro do parlamento português” – para afirmar que Mário Machado é um “prisioneiro político”. Várias contas anónimas de índole “nacionalista” partilharam os dois apelos.

Lembre-se que Mário Machado tem uma longa ficha criminal. No apelo que fez à “prostituição forçada” das mulheres dos partidos de Esquerda, visou particularmente Renata Cambra, que o colocou em tribunal. Também Ricardo Pais, outro arguido do processo com quem Machado trocou mensagens na rede social X, foi condenado a um ano e outro meses de prisão suspensa por um período de dois anos.

Os dois tentaram recorrer da decisão, mas o Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou as alegações de Mário Machado de que as declarações eram um “exercício de humor”. Como avança o Diário de Notícias, esse tribunal considerou que “é manifesto que qualquer pena que não seja a de prisão e a simples censura do facto e a ameaça da prisão já não realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punição”.

As desembargadoras consideraram que as declarações do neonazi tratam-se do que “verdadeiramente pensa e pretende”, com um alvo identificado. “Apenas as mulheres de esquerda são objeto das palavras do arguido. Palavras essas desprovidas de qualquer sentido de humor e com o intuito óbvio de humilhar”.