Habitação

Mariana Mortágua visita as ilhas do Porto e pede mais respostas do IHRU

02 de abril 2025 - 14:59

Ilhas que estavam a ser reabilitadas veem as obras paradas pelo incumprimento de prazos pelo IHRU. Mariana Mortágua salienta necessidade de um IHRU que "responda às pessoas".

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Mariana Mortágua nas ilhas do Porto
Mariana Mortágua nas ilhas do Porto. Fotografia de Bruno Moreira

A coordenadora do Bloco de Esquerda visitou esta quarta-feira as ilhas do Porto, considerando que “representam mais ou menos todos os problemas que há na habitação” em Portugal. Mariana Mortágua disse que são “sítios históricos onde ainda vivem famílias e que precisam de ser reabilitadas” mas que muitas dessas habitação “foram transformadas em alojamentos locais”.

Na sua visita, a dirigente bloquista falou com vários moradores e moradoras, que se candidataram ao programa 1.º Direito para reabilitar as habitações. Só que o Instituto de Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), que é responsável pelo financiamento, “deixou de fazer o financiamento” e por “as obras estão paradas e as famílias que vivam aqui estão noutra localização à espera que a casa fique pronta”.

“Dizem-nos que não conseguem falar com o IHRU, que é uma instituição fantasma”, explicou a coordenadora do Bloco de Esquerda, que também falou sobre os impactos da crise de habitação “Não há memória da relação entre os rendimentos e os preços da habitação ser tão má em Portugal”.

No Porto em particular, 70 metros quadrados para alugar “custam 1.200 euros”, diz Mariana Mortágua, que diz que para resolver a crise é preciso construção e reabilitação pública, com um IHRU “que responda às pessoas”.

“Para além disso, é preciso controlar o alojamento local, para que essas casas possam ser habitações, e é preciso também impor tetos nas rendas”, defendeu, citando exemplos dos Países Baixos e da Alemanha e garantindo que a resposta e a resolução deste problema cabe ao governo, mesmo estando em gestão.

Em Março de 2025, o Público avançou a informação de que três ilhas portuenses de proprietários privados, que estavam a ser reabilitadas com recurso ao 1.º Direito, viram as suas obras suspensas devido ao facto de que o IHRU não está a cumprir os prazos de pagamento. Há situações de vários meses em atraso e os moradores não conseguem respostas do instituto e têm as suas vidas suspensas.

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