Uma delegação do Bloco de Esquerda encontrou-se esta terça-feira com a administração do Hospital Garcia de Orta. À saída da reunião, Mariana Mortágua explicou que falaram “das coisas que estão mal e também das coisas que estão bem, do serviço de excelência que o SNS continua a prestar, dos casos mais graves, na diferenciação, em questões técnicas a que o SNS dá respostas e o privado não dá respostas”.
Sobre o que falha, explicou, as respostas obtidas estão relacionadas sobretudo com a falta de profissionais de saúde e com o SNS estar dependente da prestação de serviços de tarefeiros. Isto quer dizer que este “foi incapaz de manter os profissionais dando-lhes carreiras atrativas” mas passou a gastar “muito mais dinheiro” a contratá-los à hora.
Um dos problemas mais mediatizados, o das urgências, nomeadamente da obstetrícia, “tem a ver com isso”. Depois de ter prometido “que em 60 dias iria resolver os problemas do SNS” o governo de direita falhou e os problemas são hoje “muito mais graves, com mais urgências fechadas, com mais falta de acesso ao SNS do que havia antes da tomada de posse deste governo”.
A coordenadora bloquista acusa o governo PSD/CDS de “piorar os serviços” e de ter como “única solução” para apresentar “passar valências para privados”. Quanto à ideia de “trabalhar em rede” e “agregar valências”, diz que “é uma resposta falsa para um problema que não está resolvido”, utilizando a metáfora da manta que é pequena demais e quando se puxa para a cabeça destapa os pés e vice-versa. A solução é “aumentar a manta” o que significa fixar profissionais com carreiras atrativas e dar mais autonomia à gestão para melhorar a sua capacidade “de tomar as decisões que fixam estes profissionais”.
Isto, vinca, “significa um investimento, reorganização” ao contrário do plano de “ter um SNS em retalhos, que depende dos serviços privados em que o privado coloca o preço que quer e que depende de tarefeiros”.