Segundo dados sobre a distribuição da riqueza do Banco de Portugal relativos ao ano de 2017, analisados pelo Negócios, o quinto da população que tem mais rendimentos concentra 70% da riqueza do país. Isto contrasta com o quinto que menos tem em Portugal e que detém apenas 0,1% da riqueza. Os mesmos dados permitem concluir que as camadas com rendimentos médios obtêm 17,1%, 9,3% e 4,1%.
O Instituto Nacional de Estatística apresenta o mesmo de forma diferente. O seu estudo mostra que, no mesmo ano de referência, as famílias que fazem parte dos 10% mais ricos detinham 53,9% da riqueza líquida total. A metade das famílias no patamar de baixo detinha apenas 8,1% da riqueza líquida. Ao passo que a riqueza líquida mediana das 10% de famílias mais ricas era 516 mil euros, nas outras era de 900 euros.
Segundo o INE, no período entre 2013 e 2017 até houve uma diminuição ligeira da desigualdade: de 68,4% para 67,9%. E a riqueza líquida das famílias portuguesas aumentou 13,2%. Mas em 2017 o país ainda era mais desigual do que ano de 2010. A desigualdade até aumento: em 2010, durante a crise, era de 66, em 2017 era de 68,4. E o nível de riqueza líquida baixou: de 172,8 para 162,3 em 2017.