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Madeira: ONG contra pavimentação de caminho na floresta Laurissilva

Onze organizações pedem ao Governo Regional que abandone o projeto, em plena Rede Natura 2000 e Património da Humanidade pela UNESCO, previsto entre o sítio das Ginjas, na freguesia de São Vicente, e o Paul da Serra.
Floresta Laurissilva da Ilha da Madeira | Foto de Mal B - Flickr

Várias organizações não-governamentais colocaram-se contra a pavimentação de um caminho que atravessa a floresta Laurissilva, na Madeira, pedindo ao Governo Regional que abandone o projeto, segundo um comunicado citado pela Lusa.

As organizações consideram que o Estudo de Impacte Ambiental “mesmo depois de reformulado, continua a apresentar falhas técnicas graves e uma tentativa grosseira de ocultar o estado atual do ambiente no local”.

As organizações signatárias são a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), a ANP/WWF Portugal, a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal, a Associação para a Defesa e proteção das Florestas Laurissilva, a FAPAS, o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, a Iris - Associação Nacional de Ambiente, a Liga para a Proteção da Natureza, a Quercus, a Sociedade Portuguesa de Ecologia e a ZERO.

Domingo Leitão, diretor executivo da SPEA, acredita que “não há qualquer justificação socioeconómica e muito menos ambiental” para este projeto, já que “não só não tem qualquer utilidade para a conservação da natureza como põe em causa anos de trabalho e investimento na proteção da floresta Laurissilva”.

O Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, pretende transformar o caminho entre o sítio das Ginjas, na freguesia de São Vicente, e o Paul da Serra, num troço de Estrada Regional, obra já criticada por ambientalistas e autarcas.

O projeto localiza-se numa zona protegida classificada como Rede Natura 200 e Património da Humanidade pela UNESCO.

Para as organizações, a obra deve ser alvo de uma Avaliação de Impacte Ambiental, já que o estudo “não demonstra nem fundamenta a necessidade do projeto”, não estuda alternativas e “não caracteriza adequadamente a situação de referência no que diz respeito à flora e fauna protegida e prioritária”.

Estes coletivos acreditam que o caminho deve ser a aposta na recuperação das margens do caminho com vegetação nativa, que o acesso seja condicionado pela fruição pedonal e que sejam colocadas cancelas para controlar o acesso automóvel indevido.

 

 

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