Alexander Lukashenko, presidente de um país que há seis semanas vê protestos em massa contra a sua reeleição, anunciou que irá pôr as tropas em alerta máximo e encerrar as fronteiras com a Polónia e Lituânia, bem como o fortalecimento da fronteira com a Ucrânia.
A lidar com manifestantes que exigem que renuncie e com a denúncia junto da comunidade internacional das irregularidades das eleições presidenciais do início de agosto, Lukashenko tem argumentado que os protestos são impulsionados pelo ocidente.
“Somos forçados a retirar as tropas da rua, colocar o exército em alerta máximo e fechar as fronteiras no oeste, principalmente com a Lituânia e Polónia”, afirmou Lukashenko num fórum oficial de mulheres celebrado na capital do país.
"Parem os vossos políticos malucos, não deixem a guerra começar”
“Não quero que o meu país esteja em guerra. Além disso, não quero que a Bielorrússia, Polónia e Lituânia se transformem num teatro de operações militares em que os nossos problemas não serão resolvidos”, apontou, citado pela Al Jazeera.
“Quero apelar aos povos da Lituânia, Polónia e Ucrânia: parem os vossos políticos malucos, não deixem a guerra começar”, disse.
Já sobre a resolução do Parlamento Europeu que não reconhece o resultado das eleições de 9 de agosto e apela à imposição de sanções contra o Presidente bielorruso e figuras do seu círculo próximo, Lukashenko afirmou, citado pela agência BELTA, que "não precisamos do reconhecimento de ninguém, as eleições foram realizadas e são legítimas”.
A sessão de ontem do Parlamento Europeu chegou a acordo para deixar de reconhecer Lukashenko como Presidente da Bielorrússia a partir de 5 de novembro, altura em que termina o atual mandato.
Desde as eleições presidenciais de 9 de agosto que a Bielorrússia é palco de protestos de massas contra Alexander Lukashenko, à frente do país desde 1994. A oposição do país e parte da comunidade internacional, incluindo a União Europeia e os Estados Unidos da América, consideram ilegítimo o ato eleitoral que terá reeleito Lukashenko com 80% dos votos.
Desde então, milhares de pessoas foram detidas e agredidas pela polícia enquanto se manifestavam, e quase todos os rostos da oposição abandonaram o país.