A Câmara Municipal de Loures afirmou que vai implementar as medidas propostas pelo Bloco de Esquerda para a organização de um plano de sessões de esclarecimento nos bairros municipais do concelho sobre o programa “Habitação Justa”, anunciou hoje a concelhia bloquista de Loures.
A proposta apresentada pela deputada municipal Rita Sarrico na terça-feira surgiu na sequência da ameaça feita na véspera pelo Presidente da Câmara, Ricardo Leão, no passado dia 29 de maio, do despejo de 800 famílias que ainda não aderiram ao plano de regularização de dívidas de rendas de habitação municipal, denominado “Habitação Justa”. O autarca disse que se, no prazo de 90 dias, 800 famílias com rendas em atraso não aderissem ao programa e não cumprissem os requisitos burocráticos para provar que estão na habitação de forma legal, a autarquia iniciaria “os processos de despejo”.
A proposta do Bloco contemplava, além das sessões de esclarecimento aos moradores, a criação de uma campanha de informação a difundir pelos canais de comunicação da autarquia e direcionada especificamente a famílias inquilinas de habitação municipal.
Rita Sarrico saudou o acolhimento da proposta por parte do executivo, sublinhando que “estas medidas já deviam ter sido acauteladas e programadas antes da apresentação do plano” e que a “atitude do Presidente, Ricardo Leão, de “ameaça” e “perseguição” foi desmedida e irresponsável”. E acrescenta que “o foco não devia ser prejudicar quem pouco tem para dar resposta aos que menos têm, mas sim canalizar os recursos para a implementação de medidas para a garantia de acesso à habitação para toda a gente”.
“Os bairros foram abandonados, os equipamentos desativados e as pessoas deixadas à sua sorte. Estas atitudes de estigmatização e punição de quem usufrui de habitação municipal só mostram a falta de vontade do executivo do PS/PSD em encontrar as respostas que, de facto, o concelho e as pessoas precisam”, concluiu a deputada municipal.