A empresa de análises clínicas e de prestação de cuidados de saúde Joaquim Chaves Saúde anunciou esta quinta-feira que vai despedir 92 trabalhadores. Longe vão os tempos da pandemia que resultaram num maná financeiro para os grupos privados do setor das análises clínicas, com o Estado a financiar o seu negócio. Em 2020, o grupo Joaquim Chaves obteve lucros de 11,6 milhões de euros um aumento de 319% em relação aos 2,8 milhões obtidos no ano anterior.
Agora, em comunicado enviado ao Jornal de Negócios, apresenta o processo de despedimento como “inevitável” e o “último recurso” dado o “impacto muito expressivo nos custos de produção” e assegura que a decisão foi “muito ponderada” para “garantir a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos mais de 3.000 colaboradores”.
Utiliza-se a ideia de uma “racionalização dos processos produtivos, quer com base nos investimentos tecnológicos entretanto implementados, quanto nos próprios procedimentos internos” e explica-se que “nos últimos anos” a empresa “apostou fortemente em equipas, infraestruturas e equipamentos numa perspetiva de crescimento de atividade que, dado o contexto atual do mercado, revelam-se sobredimensionadas, criando constrangimentos que agora se tornam indispensáveis resolver”.
Para além disso, é ainda culpado “o contexto macroeconómico – de aumento da inflação no decurso da pandemia e das taxas de juro em resultado do atual cenário mundial de guerra –, associado ao inevitável aumento expressivo dos salários” que “tiveram um impacto muito expressivo nos custos de produção”.