O governo israelita irá votar uma proposta de alteração do território afeto a Jerusalém, de forma a absorver os colonatos judaicos que foram ocupando o território palestiniano à volta da cidade.
A proposta de lei, conhecida por “Lei da Grande Jerusalém” [Great Jerusalem Bill], será votada no próximo domingo, 29 de outubro, e será depois entregue ao parlamento para ratificação, sendo expectável a sua aprovação.
Os colonatos, considerados ilegais pela comunidade internacional, albergam hoje 430 mil israelitas em território palestiniano e outros 200 mil em Jerusalém, numa política de ocupação progressiva de território que nunca verdadeiramente cessou, passando apenas por períodos de suspensão temporária de novas construções.
De acordo com a proposta de lei, serão colocados sob controlo municipal de Jerusalém os colonatos de Ma’aleh Adumim, Gush Etzion, Efrat, Beitar Illit e Givat Ze’ev.
A proposta de lei foi apresentada pelo Likud, partido de direita liderado pelo atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e segundo o Haaretz, pretende aumentar o apoio do Likud no eleitorado de extrema-direita. A proposta foi adiada várias vezes e, a sua apresentação neste momento deverá ser um sinal de convocação de eleições antecipadas para o início de 2018.
A política de ocupação progressiva do território palestiniano nunca afastou o apoio incondicional dos Estados Unidos da América a Israel. Após a eleição de Donald Trump, o governo israelita de Benjamin Netanyahu anunciou em fevereiro de 2017 a construção de mais 6,100 novas casas em território palestiniano, das quais 600 em Jerusalém, bem como a construção de 50 novos colonatos judaicos na Cisjordânia.
Esta política tem obtido apoio maioritário no knesset (parlamento israelita) através da coligação entre Netanyahu e os partidos ultra-ordoxos de extrema-direita, sendo previsível que aprovem esta anexação de território palestiniano após o governo enviar a proposta de lei para ratificação parlamentar.