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Indorama avança para o lay-off: 134 trabalhadores parados por seis meses

A direção da fábrica de Sines da Indorama Ventures, que produz ácido tereftálico purificado, componente utilizado nas embalagens de plástico para uso alimentar, apresentou uma proposta de lay-off que levará os 134 trabalhadores da empresa a pararem de trabalhar por um período de seis meses, “renovável por igual período”. A multinacional tailandesa pretende pagar-lhes apenas 66% do salário atual.
Estas informações foram confirmadas à Lusa pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul. O seu dirigente Hélder Guerreiro explica que os trabalhadores consideram tratar-se de uma proposta “de todo inaceitável”. Até porque “não lembra a ninguém uma empresa estar um ano parada em ‘lay-off’ a receber subsídios da Segurança Social”. Os trabalhadores reuniram-se em plenário na segunda-feira e aprovaram a rejeição do documento que lhes foi apresentado pela administração.
O SITE Sul emitiu um comunicado sobre a situação onde critica a “multinacional com mais cem fábricas em todo o mundo e com uma valorização bolsista de 150 mil milhões de dólares” por recusar “qualquer pagamento acrescido aos trabalhadores neste período por um problema para o qual os trabalhadores em nada contribuíram”.
Refere-se ainda que, antes, já foram dispensadas “cerca de 80 pessoas em postos de trabalho indiretos” e que “apenas ficam de fora do lay-off 17 trabalhadores, a maioria deles com cargos de direção (aqueles que mais ganham), sem perderem regalias”.
Para além disso, o sindicato defende que esta paragem forçada “traz ainda grandes preocupações relativamente à segurança das instalações em que é pretendido reduzir o número de trabalhadores destinados a assegurar a integridade de uma fábrica classificada como Seveso com impacto direto na região”. A diretiva europeia Seveso, referência a uma cidade italiana que sofreu um acidente industrial em 1976, diz respeito à identificação de zonas industriais que apresentam riscos de acidentes graves.
Esta quarta-feira, os trabalhadores estão reunidos em novo plenário Em cima da mesa está a deslocação dos trabalhadores ao centro de Sines e a entrega da uma moção ao presidente da autarquia.
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