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Importações de armas na Europa duplicaram em 2022

De acordo com um relatório do Stockolm International Peace Research Institute (SIPRI), divulgado esta segunda-feira, no espaço de apenas um ano, as importações de armas na Europa aumentaram 93 por cento. A Ucrânia tornou-se no terceiro destino mundial de armas em 2022, atrás do Catar e Índia. As importações ucranianas, incluindo as doações ocidentais, aumentaram mais de 60 vezes no ano passado.
Mas o crescimento das importações de armamento não está exclusivamente relacionado com a guerra na Ucrânia, na medida em que também foi registado um maior investimento em Defesa por parte de vários países europeus, como a Polónia e a Noruega. Excluindo as armas enviadas para as forças ucranianas, verificou-se um aumento de 35 por cento das importações em território europeu.
"A invasão causou um aumento significativo na procura por armas na Europa, que ainda não mostrou todo o seu poder e, provavelmente, levará a novos aumentos nas importações", afirmou Pieter Wezeman, coautor do relatório, em declarações à AFP, citadas pela RTP.
Em 2022, o valor total em gastos militares ultrapassou, pela primeira vez, os 2.000 mil milhões de dólares.
“Os países europeus já encomendaram, ou preparam-se para o fazer, todo o tipo de armamento. Desde submarinos, aeronaves militares, incluindo drones, mísseis e radares”, referiu Wezeman. “Tudo é considerado, visto que a ideia é construir capacidades militares em todo o espectro”.
O relatório do SIPRI assinala que a Europa se encontra em contra-corrente face ao resto do mundo. Nos últimos cinco anos, as importações europeias registaram um incremento de 47 por cento face aos cinco anos anteriores. Já o comércio mundial diminuiu cinco por cento. O Médio Oriente foi a região do mundo que mais importou em 2022, com 32 por cento do total. Segue-se a região da Ásia e Oceania com 30 por cento. A Europa ocupa o terceiro lugar do pódio, com 27 por cento.
O comissário europeu para a Indústria, Thierry Breton, já veio anunciar que a União Europeia quer certificar-se que é garantido um aumento da produção de armamento para a Ucrânia, fabricada por "quinze fabricantes em onze países" da UE.
"Temos que agir muito rápido, a guerra na Ucrânia, ordenada por Vladimir Putin, agora transformou-se numa guerra de trincheiras, cara a cara”, declarou o responsável europeu na rádio RMC, apontando que os ucranianos "dependem" da Europa para a entrega de armamento.
Thierry Breton afirmou que vai à Bulgária e à Eslováquia esta semana para "garantir" que os fabricantes "possam aumentar a sua produção muito, muito rapidamente" e incentivá-los a "também aumentar as capacidades industriais".
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