Foi a quarta manifestação consecutiva desde a passada quarta-feira, dia de aprovação da nova lei laboral, e a maior até agora. Neste domingo saíram às ruas 15 mil manifestantes convocados pelos sindicatos e por todos os partidos da oposição.
Os manifestantes classificam a lei de trabalho promovida pelo governo de extrema-direita como a “lei da escravatura”. Esta passa a permitir aos patrões exigir 400 horas por anos de horas extraordinárias. Horas cujo prazo de pagamento foi agora prolongado para até três anos. Para além disso, a lei mina os acordos coletivos assinados com os sindicatos passando a permitir negociações individuais.
Nestas manifestações, tem havido lançamento de gás lacrimogéneo e confrontos com a polícia. A oposição denuncia a presença de agentes provocadores entre os manifestantes. Ao contrário do partido de Orbán, o Fidesz, partido de Orbán, que defende que é “cada vez mais óbvio que criminosos fazem parte dos tumultos de rua organizados pela rede de Soros”. Uma declaração que vem na sequência da estratégia de diabolização do milionário norte-americano nascido na Hungria. No início deste mês o governo de Orbán expulsou do país a Universidade Centro-Europeia que este financia.
Para além da lei laboral, os manifestantes contestam a nova lei do sistema judicial que cria jurisdições específicas para os casos sensíveis, como os recursos de concursos públicos ou os contenciosos eleitorais, atentando contra a independência da Justiça.
Deputados expulsos da televisão pública
Em causa está ainda a objetividade dos meios de comunicação públicos controlados pelo governo. Já esta segunda-feira, dois deputados do Partido Verde foram expulsos da sede da televisão MTVA. Depois da manifestação um grupo de deputados de vários partidos da oposição tinha ido à sede da televisão na tentativa de divulgar um texto sobre o evento. Os dois deputados expulsos pelos seguranças tinham passado a noite no local.
Para a noite desta segunda-feira está marcada mais uma manifestação de repúdio à política de Orbán.