A Polónia e a Hungria acabaram por cumprir o que se esperava e vetaram o orçamento da União Europeia e o Fundo de Recuperação, segundo informa o Jornal de Negócios.
Este veto impossibilita que os embaixadores dos governos dos países da União Europeia validassem hoje, segunda-feira, o compromisso alcançado no Parlamento Europeu onde se prevê fundos orçamentais num valor de 1,8 biliões de euros.
A Alemanha, que detém este semestre a presidência da UE, anunciou que foi aprovada a condicionalidade ao respeito do estado de direito ao existir uma maioria qualificada, mas para aprovar o orçamento para 2021-2027 é necessário unanimidade e “dois estados-membros mostraram reservas”.
O porta-voz do governo húngaro, Zoltan Kovacs, justificou o veto afirmando que “não podemos aprovar o plano na sua forma atual, ligando o critério do Estado de direito às decisões orçamentais, porque é contrário às conclusões da cimeira de julho (quando foi aprovado o orçamento da UE)”.
Kovacs refutou qualquer responsabilidade do bloqueio e Orbán endereçou uma carta a Merkel onde vinca que a Hungria votará contra todos os pontos relacionados com o orçamento plurianual, tal como o fundo de recuperação, “incluindo os que precisam de um voto unânime”.
A implementação da "bazuca europeia" fica assim em suspenso devido à posição da Polónia e da Hungria.
José Gusmão, eurodeputado do Bloco, diz que “a posição da Hungria e da Polónia já estava anunciada. A questão é a de saber o que fará a Comissão e os Governos e grupos políticos da direita, que têm continuado a proteger a deriva autoritária, nomeadamente nos processos de sanções”.
A oposição da Hungria e Polónia já estava anunciada. A questão é a de saber o que fará a Comissão e os Governos e grupos políticos da direita, que têm continuado a proteger a deriva autoritária, nomeadamente nos processos de sanções. https://t.co/vsRr8Oqs5b
— José Gusmão (@joseggusmao) November 16, 2020
Para o eurodeputado é também importante perceber "se os Socialistas e Verdes irão continuar a apoiar um regulamento do Fundo que introduz sanções para Estados que não cumpram as ordens da Comissão, mas deixa à vontade Governos que estão a destruir a democracia e a liberdade”.