O Hospital de Braga decidiu aumentar as tarifas do seu parque de estacionamento, o que pode obrigar os seus trabalhadores a pagar cerca de 600 euros por ano. A denúncia é da Federação Nacional dos Médicos, FNAM, que organizou um abaixo-assinado de protesto com 1.471 assinaturas e que foi já entregue ao Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Braga. Os trabalhadores exigem a imediata suspensão do aumento e a isenção de tarifas para os trabalhadores desta unidade de saúde.
Denuncia-se ainda que a localização do Hospital de Braga, “associada à insuficiente rede de transportes públicos regulares e eficientes, bem como a escassez de alternativas viáveis para estacionamento gratuito ou a preços acessíveis nas imediações, força os profissionais à utilização do parque de estacionamento”, isto “apenas para acederem ao seu local de trabalho”.
Para eles, trata-se de um cenário “particularmente preocupante, atendendo a que os profissionais enfrentam condições laborais exigentes, caracterizadas por longas jornadas de trabalho, horários irregulares e a necessidade de prestação de trabalho noturno”.
Outra denúncia visa “a prática de tratamento desigual e injusto entre os profissionais, uma vez que alguns com função de gestão e direção encontram-se isentos de pagamento de tarifário do parque”.
Acrescenta-se igualmente a preocupação com as unidades dos cuidados de saúde primários desta Unidade Local de Saúde, “onde os parques são exíguos e todos eles sujeitos a parquímetro”.
Na segunda-feira passada, a estrutura sindical reuniu com a Câmara Municipal de Braga para a alertar sobre estes problemas. Então dava conta que continuava a aguardar “a resposta à missiva enviada à Administração Central do Sistema de Saúde onde exige resolução da situação” e que os médicos estariam dispostos “a escalar medidas de luta para salvaguardar os seus direitos e os dos utentes”.
Esta segunda-feira, a Sábado assinala que os trabalhadores admitem passar a fazer uma “greve parcial” caso o problema continue sem ser resolvido.
Joana Bordalo e Sá, presidente desta federação sindical, explica que “só no hospital trabalham 3.600 profissionais de saúde e metade deles fazem trabalhos irregulares e noturnos, o que significa que alguém que acabe o trabalho às 22h30, por exemplo, não tem transporte público”.
Consciente de que o aumento afeta trabalhadores com baixos salários, afirma que os 600 euros anuais são “pouco menos que um salário mínimo e alguns profissionais ganham o salário mínimo”.
A dirigente sindical também identifica outro problema. O parque existente tem apenas perto de dois mil lugares para um local onde trabalham mais de três mil pessoas, sem contar com os utentes e familiares que se deslocam todos os dias ao hospital.