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Hollande nomeia um ex-executivo do banco Rothschild para o Ministério da Economia

Emmanuel Macron foi executivo do famoso banco de investimentos francês entre 2008 e 2012. As mudanças no novo governo de Manuel Valls limitam-se à substituição dos três ministros que criticaram a política de cortes orçamentais: os da Economia, da Educação e da Cultura.
Emmanuel Macron e François Hollande
Emmanuel Macron e François Hollande

O presidente francês, François Hollande, nomeou esta terça-feira o seu novo executivo, o quarto desde que tomou posse em maio de 2012, liderado de novo por Manuel Valls. A maioria dos seus ministros já fazia parte do gabinete anterior, exceto os três que criticaram a orientação económica.

Assim, Arnaud Montebourg, cujas críticas ao rumo do governo provocaram a crise atual, abandona o Ministério da Economia a favor de Emmanuel Macron, até agora secretário geral adjunto da Presidência. Macron, de 36 anos, foi executivo do banco de investimentos Rothschild entre 2008 e 2012 e é um colaborador próximo de Hollande. É considerado um dos artífices da atual política económica do governo, em particular do chamado “pacto de responsabilidade”, que prevê a redução dos impostos aos empresários que se comprometerem a contratar mais pessoas. Terá a incumbência de substituir Montebourg, um político de larga trajetória que se convertera no porta-voz das posições mais críticas no seio do executivo.

Primeira mulher ministra da Educação na história

Benoit Hamon, ministro da Educação que também criticara a política económica, será substituído por Najat Vallaud-Belkacem, a primeira mulher que assume este Ministério na história de França. Também de 36 anos, é uma fiel de Hollande que faz parte do executivo desde a sua chegada ao Eliseu. Começou como secretária de Estado e porta-voz do governo, para ser nomeada ministra de Direitos das Mulheres, Urbanismo, Juventude e Desportos no anterior gabinete de Valls, formado após a derrota dos socialistas nas municipais de abril passado. Agora vai assumir um dos ministérios mais importantes do país, a poucos dias do início do novo ano escolar.

O terceiro ministro crítico, a responsável pela Cultura Aurélie Filippetti, será substituída por Fleur Pellerin, até agora secretária de Estado de Turismo. À beira de cumprir 41 anos, Pellerin, nascida na Coreia do Sur, também faz parte do executivo desde a vitória de Hollande em 2012 e também tem vindo a crescer no seu seio.

Sem ecologistas

O governo mantém alguns pesos pesados, como Laurent Fabius à frente do MNE, Ségolène Royal na Ecologia ou Christiane Taubira em Justiça. Esta última, que se tinha solidarizado com os ministros críticos, mantém um cargo onde impulsionou, entre outras leis, a do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O novo Executivo não conta com ministros ecologistas, apesar das negociações que manteve Valls com esse partido, mas mantém três membros do Partido Radical de Esquerda, que conta com 17 deputados, um apoio necessário para o governo num momento em que muitos socialistas se mostram críticos à sua política.

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