Na recente audição parlamentar na sequência do escândalo de corrupção nas altas esferas do Estado em torno dos “vistos gold”, Paulo Portas respondeu aos críticos da medida dizendo que se ela acabasse, os “investidores” iriam procurar outros países onde ela existe, como a Holanda. Mas ao fim de um ano em vigor naquele país, apenas um estrangeiro rico se candidatou ao “visto gold” holandês. E viu a candidatura recusada, por não passar nos critérios exigidos.
Ao contrário dos “vistos gold” de Paulo Portas, os holandeses criaram regras apertadas para impedir que o processo fosse transformado em esquema para lavar dinheiro. Assim, o visto holandês só seria atribuído aos investimentos que criem emprego e a origem do dinheiro investido também passava pelo crivo das autoridades.
Na Holanda, a medida foi proposta pelo governo de direita, na expetativa de atrair centenas de milionários dispostos a investir 1,25 milhões de euros no país em troca de uma autorização de residência válida por um ano.
Mas ao contrário dos “vistos gold” de Paulo Portas, os holandeses criaram regras apertadas para impedir que o processo fosse transformado em esquema para lavar dinheiro. Assim, o visto holandês só seria atribuído aos investimentos que criem emprego e a origem do dinheiro investido também passava pelo crivo das autoridades.
Ante a falta de comparência dos interessados, um governante do VVD defende agora que as regras deixem de ser tão apertadas e que a validade da autorização de residência seja alargada. Um ano após ter previsto que pelo menos 300 investidores iam bater à porta da Holanda por causa da medida, o secretário de Estado da Justiça e Migrações, Fred Teeven, reconheceu esta quinta-feira ao jornal Volkskrant que "o esquema atual não teve sucesso" e que o futuro poderá passar por abandonar a inspeção feita à origem do dinheiro investido na Holanda pelos milionários estrangeiros.