Internacional

Guerra comercial de Trump desregulou mercados bolsistas

08 de abril 2025 - 19:49

Bolsas europeias e estadunidenses oscilaram na passada segunda-feira e começam a estabilizar esta terça-feira. Administração Trump alega que vários países estão dispostos a negociar.

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Donald Trump
Donald Trump. Fotografia via rawpixel/CC.

A semana começou com as bolsas europeias novamente no vermelho, resultado da guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos da América. Outra consequência foram as oscilações durante o dia de segunda-feira, com o S&P 500, principal índice acionista de Wall Street, a entrar em baixa.

O S&P desvalorizou mais de 10% nas últimas duas sessões, o que só terá acontecido quatro vezes desde que o índice existe, segundo o Diário de Notícias. Foi também a maior queda de quatro dias desde a pandemia para as bolsas europeias.

Desde que tomou posse que Donald Trump anuncia várias medidas protecionistas. As tarifas que anunciou, e as retaliações que foram sendo discutidas pelos outros países, levaram a um escalar da guerra comercial a partir do dia 2 de abril.

Já na terça-feira, as bolsas estadunidenses e europeias estabilizaram. O ministro do Tesouro dos Estados Unidos da América, Scott Bessent, disse à CNBC que vários países pareciam disponíveis a negociar baixas de tarifas, mas o principal agente nesta conversa é a China. Trump publicou na sua rede social um anúncio de que a China terá interesse em negociar, mas depois das tarifas agressivas anunciadas por Trump, o que isso significa ainda não se sabe. As bolsas asiáticas subiram na terça-feira, tendo sido afetadas pela desvalorização das bolsas ocidentais e também pela ameaça de tarifas.

A guerra comercial lançada pela presidência de extrema-direita nos Estados Unidos da América terá causado divergências dentro da própria administração Trump. Elon Musk, o homem mais rico do mundo, que apoiou Trump e encabeça o departamento não oficial de “eficiência governamental”, procurou afastar-se da política de tarifas de Trump e insultou o consultor comercial de Trump, Peter Navarro, na rede social X, chamando-o um “verdadeiro idiota”.

Os Estados Unidos da América (EUA) representam 6,8% do total das exportações de bens de Portugal e são o principal parceiro extracomunitário do país, segundo dados do Banco de Portugal. Serão 4.231 empresas portuguesas que exportam para os EUA e, em 2024, as exportações portuguesas para esse país representam 5.318,3 milhões de euros, com os químicos a representar um quarto do total de vendas.

As tarifas que Donald Trump ameaça sobre a União Europeia são de 20% e devem entrar em efeito na quarta-feira.

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