Lutas

Grupo Celeste: trabalhadores sem salários há dois meses partem para a luta

31 de julho 2025 - 11:34

Esta terça houve uma primeira paralisação mas está já marcada greve para os próximos dias 8 e 9. O sindicato lembra que “apesar dos anúncios de pujança económica e investimentos na modernização os trabalhadores estão há dois meses sem receber salário”.

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Grupo Celeste. Pastelaria.
Grupo Celeste. Pastelaria. Foto da empresa.

O Grupo Celeste dedica-se a fabricar e comercializar produtos de panificação e pastelaria e refeições pré-preparadas. Tem várias lojas no norte de Portugal e três fábricas nessa zona, em Guimarães, Caldas de Vizela e Ermezinde. Os seus trabalhadores não recebem o salário há dois meses e falta pagar ainda o subsídio de férias e retroativos resultantes da aplicação do contrato coletivo de trabalho da panificação e pastelaria, assinado com a AIPAN, a setembro de 2024.

Em comunicado divulgado esta quarta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal denuncia esta situação “que provocou já uma situação de crise na situação económica e familiar da maioria dos trabalhadores” e anunciou que estes farão greve nos dias 8 e 9 de agosto próximos.

De acordo com o sindicato, a falta de pagamento acontece “apesar dos anúncios de pujança económica e investimentos na modernização, no que se integra a recente aquisição de nova frota de carros elétricos para a área comercial e um camião de distribuição, os Trabalhadores estão há dois meses sem receber salário”.

Avança-se ainda que o grupo “decidiu reduzir ao máximo a produção de produtos frescos, do dia, com a eliminação do turno da noite para a quase totalidade dos Trabalhadores, tendo-lhes já aí provocado grande diminuição de rendimentos”. Para o SINTAB, “esta aposta no produto congelado, e total abandono do produto fresco, parece ter-se agora revelado ter sido uma má opção de gestão que, mais uma vez, se repercute diretamente nos trabalhadores”.

A greve vai abranger todos os trabalhadores das empresas Celeste Actual e Conceitos Avulso, Unipessoal, “uma empresa criada há meia dúzia de anos para a qual foram transferidos quase todos os trabalhadores, e que passaram a trabalhar em regime de terceirização”, esclarece-se.

Esta terça-feira, os trabalhadores tinham já protestado na fábrica de Polvoreira, em Guimarães. Diogo Ribeiro, trabalhador da empresa há 12 anos e delegado sindical explicou que metade dos trabalhadores se tinham recusado trabalhar logo pela manhã, revoltando-se contra os atrasos nos pagamentos que, segundo ele, os atrasos nos pagamentos aos trabalhadores começaram em abril/maio.