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Greve parou comboios em todo o país

A adesão à greve dos maquinistas é quase total. Há mais de uma década a perder poder de compra, os trabalhadores querem aumentos salariais que respondam ao aumento do custo de vida.
Foto de Paulete Matos.

Todas as ligações ferroviárias em Portugal tinham sido suprimidas até às seis da manhã, na sequência das greves convocadas por vários sindicatos na CP e na IP. A adesão quase total dos maquinistas à paralisação que dura todo o dia desta quinta-feira foi um sinal da determinação na sua luta para conseguirem da parte da empresa e da tutela uma proposta salarial que lhes permita estancar a perda de salário que estão a ter com o aumento do custo de vida.

"A greve está a decorrer dentro dos parâmetros que nós estávamos a prever. Não há qualquer comboio a circular neste momento. A paralisação é total", disse à Lusa, pelas 7h00, António Domingues, do Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ).

Em declarações à RTP, Sérgio Fernandes, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), afirmou que "depois de um aumento insignificante de 0,9% no ano passado, a proposta apresentada pela empresa e a tutela ronda cerca de 3% para atualização salarial", uma perda "considerável face ao aumento da inflação e as taxas de juro que os portugueses que têm crédito à habitação estão a ter. Os trabalhadores ferroviários já vêm de cortes salariais e faltas de atualizações há mais de uma década", denuncia o sindicalista, defendendo a proposta de aumento salarial de 100 euros apresentada nas negociações.

"Ao contrário daquelo que se diz que no setor público os trabalhadores ganham melhor, conseguimos fechar um acordo na empresa Medway, a antiga CP Carga, onde os trabalhadores tiveram em méda um aumento superior a 100 euros", acrescentou Sérgio Fernandes.

Depois da "greve total" desta quinta-feira, a luta prossegue até ao dia 21 de fevereiro, com os trabalhadores com as categorias Maquinista ou Maquinista Técnico em greve à prestação de trabalho a todos os períodos normais de trabalho diários que tenham a duração prevista superior a sete horas e meia, anunciou o SMAQ.

Esta greve coincide com o “Dia Nacional de Indignação, Protesto e Luta” promovido pela CGTP com inúmeras greves, plenários, concentrações e ações de rua um pouco por todo o país. A central sindical promove ao longo do dia as "Praças da Indignação" nas capitais de distrito.

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