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Comboios em greve até dia 21

Os trabalhadores da CP e IP lutam por melhores salários e dizem que a proposta das empresas significa na prática uma redução salarial. Dia 9 a greve é total. Depois será ao serviço dos períodos normais de trabalho diários que excedam as sete horas e meia.
CP. Foto de Paulete Matos.
CP. Foto de Paulete Matos.

A greve na CP e na Infraestruturas de Portugal iniciou-se esta quarta-feira e vai prolongar-se até dia 21. Convocada por três sindicatos, o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses, Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário e Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, ela surge porque estes consideram que as propostas salariais das empresas “ficam muito aquém” do necessário para repor o poder de compra dos trabalhadores.

O SMAQ, em comunicado, esclarece que o aumento médio proposto pela empresa é de 3,89%, o que considera inaceitável face à inflação média registada em 2022 “que foi de 7,8%”, estando “a CP e as tutelas ministeriais” a propor assim “na prática uma redução salarial”.

Colocam ainda outras questões como a “humanização de escalas, horas de refeição enquadradas e redução dos repousos fora da sede”, a “melhoria das condições das instalações sociais, melhoria das condições de trabalho nas cabinas de condução, estabelecimento das necessárias condições de segurança para que os Maquinistas desempenhem as suas funções nas estações e parques de material”, a “implementação de um efetivo protocolo de acompanhamento psicológico aos maquinistas em caso de colhida de pessoas na via e acidentes”, o “reconhecimento e valorização das exigências profissionais e de formação dos maquinistas pelo novo quadro legislativo”.

Segundo os maquinistas anunciam, o dia 8 começa com uma greve limitada de “todos os trabalhadores cujo turno se inicie no dia 8 de fevereiro e termine já no dia 9 de fevereiro” que começarão a fazer greve “logo desde o início do seu turno” e de “todos os trabalhadores cujo turno se inicie no dia 8 de fevereiro e implique repouso fora de sede fazem greve a todo o turno no dia 8 de fevereiro”. No dia 9, a greve será “total”. A partir daí “os trabalhadores com as categorias Maquinista ou Maquinista Técnico encontram-se em greve à prestação de trabalho a todos os períodos normais de trabalho diários que tenham a duração prevista superior a 07h30”.

Sem serviços mínimos

O Tribunal Arbitral não decretou serviços mínimos para esta greve pelo que a CP comunicou que espera “fortes perturbações” na circulação de comboios até 21 de fevereiro. E está a recomendar o uso dos seus canais de informação, a página cp.pt ou a linha 808109110 para que se perceba como está esta circulação a ser afetada. De acordo com a empresa, até às 8 horas desta quarta-feira foram já suprimidas 16 ligações.

Informa-se ainda que quem tenha comprado bilhetes para comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, Interregional e Regional pode pedir reembolso total, ou revalidação gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe.

Também a Fertagus, afetada pela greve na IP, emitiu um comunicado, neste caso referente sobretudo a esta quarta-feira, onde se pode ler que “uma vez que não foram decretados serviços mínimos pelo CES - Conselho Económico e Social, não conseguimos prever os horários que serão possíveis realizar”.

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