Greve de enfermeiros paralisa “centenas de serviços”

17 de outubro 2025 - 15:49

O acordo coletivo de trabalho promovido pelo governo de direita quer fazer os enfermeiros “trabalhar mais e receber menos”. Esta sexta, muitos serviços paralisaram a 100% e foi entregue uma posição subscrita por mais de 11.000 trabalhadores.

PARTILHAR
Enfermeiros em manifestação. Foto de RODRIGO ANTUNES/LUSA.
Enfermeiros em manifestação. Foto de RODRIGO ANTUNES/LUSA.

São “centenas de serviços” paralisados esta sexta-feira devido à greve dos enfermeiros por causa do novo Acordo Coletivo de Trabalho. A informação é do presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, José Carlos Martins, que acrescenta: “temos centenas de serviços a 100% de adesão dos enfermeiros. Assumimos os serviços mínimos que estão legalmente fixados, temos centenas de unidades e centros de saúde abertos, mas sem enfermeiros, e, portanto, temos um forte impacto (…) em consultas externas, centros de saúde e na cirurgia programada dos blocos operatórios”.

Para além da greve, centenas de enfermeiros concentraram-se em frente ao Ministério da Saúde, fazendo ouvir palavras de ordem como “Governo escuta, os enfermeiros estão em luta” e “Valorização sim, exploração não” e trazendo cartazes e faixas que diziam “Este ACT é um ataque” “Trabalhar mais e receber menos”.

Nesta ação, foi entregue uma moção com mais de 11.000 subscrições contra o acordo coletivo de trabalho.

O dirigente sindical pensa que o grau de mobilização mostra que “os enfermeiros não acompanham esta ideia de trabalharmos mais horas e levarmos menos rendimento”. Ele explica que o executivo de direita pretende exigir 60 horas de trabalho por semana, “num quadro de uma brutal carência de enfermeiros”, ao mesmo tempo que cortará no pagamento das horas noturnas, dos fins de semana e do trabalho extraordinário.

“Ainda por cima retiram as regras de progressão aos nossos colegas mais jovens”, criticou.