Os sindicatos da Frente Comum têm marcada uma greve esta sexta-feira. Os efeitos da paralisação, contudo, começaram a sentir-se já esta quinta-feira com os turnos que se iniciaram às 20 horas. Sebastião Santana, o coordenador desta estrutura sindical afeta à CGTP esteve esta noite no piquete de greve dos trabalhadores da recolha de resíduos da Câmara Municipal da Amadora onde registou sinais encorajadores para a luta com várias recolhas de lixo encerradas, exemplificando com o local onde se encontrava e com Évora.
O dirigente sindical antevê assim um alastramento e uma intensificação da greve que considera “justíssima” com reivindicações como o reforço dos serviços públicos e não a valorização por parte do governo “dos grandes grupos económicos” com “incentivos fiscais” de “muitos milhares de milhões” euros, nomeadamente para a banca. Em contraste, para os trabalhadores, só há “migalhas”, afirma.
Antes, tinha já falado a vários órgãos de comunicação social aos quais disse que a proposta de aumentos salariais para o próximo ano “não satisfez nenhum trabalhador” e que também “ninguém está satisfeito sobre condições de progressão” na carreira, acusando o governo de “manter os trabalhadores da Administração Pública no caminho do empobrecimento, sem recuperar poder de compra”.
Para além das questões salariais, avança também a revisão do sistema de avaliação de desempenho na administração pública como um ponto importante. Diz-se que o atual o atual sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública “promove a estagnação salarial e a degradação dos serviços públicos”.
O sindicalista criticou ainda serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral para vários hospitais, considerando que “limitam o exercício do direito à greve”.
Os professores também vão fazer greve “pela Profissão, pela Escola Pública e pela valorização da Administração Pública” escreve a Fenprof num comunicado em que elenca a lista “extensa” de queixas dos professores que passa, para além da não recuperação do tempo de serviço, pela desvalorização salarial, pelo “inominável regime de avaliação do desempenho”, pela precariedade “que ainda afeta milhares de docentes”, falta de apoios aos deslocados, o “injusto e desumano regime de mobilidade por doença” e a municipalização.