Madeira

Governo de Albuquerque mostra que “o modelo da direita gera pobreza”

05 de maio 2024 - 13:15

Roberto Almada diz que o Bloco cumpriu e que o voto é importante para impedir um governo da direita com a extrema-direita. Mariana Mortágua lembra que a governação da Madeira resultou em especulação imobiliária, maiores preços da habitação, baixos salários, com o ambiente colocado em segundo plano.

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Mariana Morágua, Roberto Almada e Dina Letra no Mercado Agrícola do Santo da Serra. Foto de HOMEM DE GOUVEIA/LUSA.
Mariana Morágua, Roberto Almada e Dina Letra no Mercado Agrícola do Santo da Serra. Foto de HOMEM DE GOUVEIA/LUSA.

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda está em jornadas parlamentares na Madeira numa altura em que se caminha também para as eleições regionais. Roberto Almada, o cabeça de lista do partido a este escrutínio, sublinha que é um “reforço que muito nos apraz”.

Faz um balanço positivo sobre o regresso do Bloco ao Parlamento Regional nas eleições de setembro passado considerando que este “cumpriu com aquilo que se comprometeu com os eleitores: “apresentámos propostas para melhorar os salários, para melhorar a qualidade ambiental, sentido de garantir mais direitos para as pessoas LGBT, propostas que vão no sentido de resolver os principais problemas que a Madeira e os Madeirenses têm”.

Razões mais do que suficientes, julga, para que “as pessoas voltem a confiar o voto no Bloco de Esquerda mas acrescenta ainda uma outra: o voto no partido é também o voto “para impedir que a extrema-direita chegue ao poder é uma luta que deve ser de todas e de todos os madeirenses” e “quanto mais força o Bloco de Esquerda tiver menos força a direita terá para constituir o governo da direita e da extrema-direita.

Madeira: o modelo da direita aumenta a pobreza

Mariana Mortágua reforça esta mensagem sobre a importância das jornadas parlamentares conjuntas na Madeira e faz a ligação entre as questões regionais e nacionais já que nesta região autónoma fica provado que “o modelo da direita é errado”: “resulta em especulação imobiliária, maiores preços da habitação e vida mais difícil” e é “um modelo de baixos salários, aumento da pobreza”, sendo “o ambiente é colocado em segundo plano”.

Acrescenta que o Bloco Madeira, “dentro e fora do Parlamento Regional” tem “um longo currículo de denúncia do tipo de negócios, de falta de transparência, de opacidade, de controle e pressão sobre a comunicação social, que é o resultado de demasiadas décadas do PSD no poder”. Um “regime de compadrio, em que os negócios são feitos pela amizade com o governo, em que são sempre privilegiados os mesmos grupos económicos, as mesmas famílias, em que são mudadas as regras para beneficiar esta ou aquela construtora, este ou aquele negócio”.

Destaca que o Bloco da Madeira apresenta “as propostas que contam”, que “param os projetos imobiliários da Praia Formosa” ou “param o teleférico do Curral das Freiras” e que o partido “não dá o dito por não dito, não diz uma coisa antes das eleições e uma coisa depois das eleições”.

Refere ainda que “o Bloco de Esquerda é o partido que quer um regime de transparência, de incompatibilidades que se aplica aos eleitos na Madeira como se aplica aos eleitos da República”, que apresentou propostas para baixar o preço da habitação, para limitar as rendas, para limitar a expansão descontrolada do turismo e do alojamento local.

Caso do ex-secretário de Estado da Defesa e dos negócios de armas: exigem-se explicações

Mariana Mortágua respondeu ainda a perguntas sobre uma notícia do Correio da Manhã deste domingo na qual se revela que onze dias depois das eleições legislativas, o ex-secretário de Estado da Defesa, Carlos Pires, fez um despacho a autorizar a empresa Softbox Madeira Unipessoal, instalada na Zona Franca da Madeira e propriedade de um cidadão estrangeiro desconhecido, a fazer negócios com material militar.

A coordenadora bloquista sublinha que o negócio “exige explicações, exige transparência” e o partido “certamente” irá “pedir essas explicações ao Ministério da Defesa”.

Esclareceu ainda que o Bloco “sempre defendeu um regime fiscal mais favorável à Madeira, tendo em conta as suas a sua posição periférica” mas que este tem de ter a contrapartida de criação de postos de trabalho, “o que neste momento não existe” já que “a criação de postos de trabalho é falsa”. Isto levou até a Comissão Europeia “a exigir uma série de empresas devolvessem os benefícios fiscais”.

Sobre esta empresa em particular declarou que “é ainda mais grave quando falamos de uma empresa do setor da defesa” que é “muito sensível”, tratando-se de uma empresa que é constituída com capital social de 5.000€, tem apenas um único trabalhador e tem um beneficiário último como sabemos muito bem quem é, que negociava com imóveis e que de um dia para o outro se regista como comercializadora de bens militares e material militar”.