Galp vai investir em Sines, trabalhadores querem regresso dos despedidos de Matosinhos

25 de setembro 2023 - 22:50

A petrolífera anunciou investimentos de 650 milhões de euros na refinaria de Sines. Comissão de Trabalhadores diz que é oportunidade para o regresso aos quadros dos ex-trabalhadores da refinaria de Matosinhos.

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Refinaria de Sines.
Refinaria de Sines. Foto GALP.

A Galp anunciou esta segunda-feira a decisão de avançar com dois projetos para a “descarbonização” da refinaria de Sines, com uma nova unidade de biocombustíveis em parceria com a Mitsui e a instalação de 100 MW de eletrolisadores para produção de hidrogénio verde. Os dois projetos representam um investimento global de 650 milhões de euros e deverão entrar em funcionamento em 2025.

Em reação a este anúncio da decisão, a Comissão Central de Trabalhadores da Galp considerou-o “positivo”, embora com atraso, pois os projetos já tinham sido anunciados em 2021 “e ainda não tinham sido concretizados, ou, pelo menos, nem aprovação tinha havido”, afirmou Hélder Guerreiro à agência Lusa, salientando ainda não ter recebido uma comunicação oficial da empresa sobre a decisão agora anunciada.

“Já há algum tempo que vimos dizendo que era importante e urgente que a administração tomasse este passo. Entendemos que era importante face ao enquadramento que temos hoje, da necessidade de transição para uma economia de baixo carbono, que se aprovassem estes investimentos para que a própria refinaria de Sines também tenha um futuro”, acrescentou Hélder Guerreiro.

Os trabalhadores esperam que o investimento se venha a traduzir no aumento dos postos de trabalho, mas veem também uma oportunidade para promover o regresso aos quadros da empresa de alguns dos cerca de 150 trabalhadores que foram alvo de um despedimento coletivo da refinaria de Matosinhos e dos quais haverá muitos ainda sem a situação laboral resolvida.

“Uns continuam no desemprego, outros continuam em empregos precários e era importante que a empresa levasse em conta a situação destes trabalhadores de forma a resolvê-la e, possivelmente, querendo os trabalhadores, que pudessem vir para os quadros novamente da empresa para estes novos investimentos”, defendeu o líder da CT da Galp.

Do conjunto desses trabalhadores, haverá cerca de 50 inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional, mas “há outros aos quais o IEFP perdeu o rasto, ou porque não estão inscritos ou porque estão inscritos noutras áreas que não Matosinhos”, não se sabendo em que situação se encontram atualmente, afirmou Helder Guerreiro.