Esta segunda-feira a Galp comunicou os seus resultados de 2022 à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Sabe-se agora que o resultado líquido foi de 881 milhões de euros, o que representa um crescimento de 93% face a 2021, quando registou 457 milhões. Este foi o maior resultado da história da empresa.
O resultado operacional (EBITDA) ajustado ascendeu a 3.849 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 66% face a 2021.
Em resposta às denúncias de ter lucros extraordinários com a guerra, a Galp justifica estes resultados com “a melhoria das condições de mercado durante o período”. Por exemplo, a margem de refinação aumentou de 3,3 dólares por barril de petróleo ou equivalente (boe) para 11,6 dólares por boe. Sobre tal diz “A margem de refinação da Galp aumentou […] na sequência do forte ambiente de refinação internacional e apesar do aumento dos custos com energia e licenças de emissão de CO2 [dióxido de carbono]”.
Face a estes resultados, a administração quer distribuir um dividendo bruto de 52 cêntimos por ação, um aumento face aos 50 cêntimos pagos sobre o exercício de 2021. De notar que em setembro já tinha distribuído um dividendo intercalar de 26 cêntimos. Para além disso, pretende executar um programa de recompra de ações de 500 milhões de euros ao longo deste ano.
O Bloco defende que estes lucros extraordinários sejam tributados. O líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, disse em julho que “quando os combustíveis aumentam, quando o país empobrece, quando os salários perdem valor, ter esta dimensão de lucros da Galp é obsceno e um achincalhamento dos sacrifícios que o país está a passar”.
