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Furacão Ian deixa mais de 2 milhões sem luz na Florida

Com chuvas torrenciais e rajadas de vento que atingiram 240km/h, o furacão Ian chegou esta quarta-feira à costa da Florida, depois de na véspera ter deixado Cuba sem eletricidade e mais de 50 mil pessoas realojadas à sua passagem. Ainda longe de fazer os cálculos aos estragos, o governador Ron DeSantis já colocou o Ian na lista dos cinco piores na história da Florida.
Durante a noite de quarta-feira (madrugada de quinta em Portugal), os responsáveis da proteção civil por toda a Florida ainda desconheciam a dimensão total dos estragos eestavam em grande medida impedidos de responder aos pedidos de socorro. "Ao início do dia, esperamos conseguir colocar equipas na estrada", disse um responsável em Lee County, onde vivem 750 mil pessoas, adiantando ter conhecimento de famílias isoladas em Fort Meyers ou Sanibel. "Começamos a aperceber-nos que a nossa comunidade foi, em alguns aspetos, dizimada", prosseguiu Roger Desjarlais, numa das regiões que dias antes decretou a evacuação obrigatória.
Boats and cars float away, a cat is rescued, and flood waters rise, as some of the remaining residents of Fort Meyers capture the harrowing moments Hurricane Ian made landfall in real time on Wednesday. pic.twitter.com/WdEDlPiZXc
— CGTN America (@cgtnamerica) September 29, 2022
Segundo relatos da imprensa norte-americana, houve localidades onde a água subiu quase até ao nível do telhado das casas. O governador Ron de Santis diz que os primeiros socorros só serão enviados quando a situação for mais segura e alertou para os riscos dos próximos dias, lembrando que em 2017, durante a passagem do furacão Irna, morreram sete pessoas, mas nos dias seguintes morreram 77 por causa da má utilização de geradores, cabos da rede elétrica caídos, entre outras causas.
"Atenção a todos: amanhã será um dia frustrante e doloroso para muita gente. Vejam como estão os vossos vizinhos", pediu o departamento do xerife de Collier County, que desde a tarde de quarta-feira recebeu chamadas de pessoas presas pela água dentro de casa. A sua cidade mais populosa é Naples, onde a maioria das ruas está intransitável, com o nível da água a subir 1,8 metros acima do normal na maré alta, superando o recorde do furacão Irna em 50 centímetros. O mesmo aconteceu em muitas partes do sudoeste da Florida.
Storm surge from #HurricaneIan inundated Naples, FL on Wednesday.
People had to be rescued, homes and businesses were damaged. This flooding is going to leave a mark. pic.twitter.com/BYV1AQ5KKN
— WeatherNation (@WeatherNation) September 29, 2022
Após chegar a terra, a velocidade dos ventos do furacão enfraqueceu, mas as autoridades temem que volte a ganhar força quando voltar ao Atlântico na sua trajetória, antes de se dirigir para os estados da Georgia e possivelmente Carolina do Sul e do Norte. Mas essa maior "lentidão" da passagem do furacão aumenta a ameaça das cheias, que pode ser mais mortífera que a do vento. "90% das mortes nestes sistemas tropicais vem da água", alertou o diretor do Serviço Meteorológico Nacional, Ken Graham.
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