Em comunicado, o Comité de Solidariedade com a Palestina denuncia que a Força Aérea Portuguesa continua a fazer negócios com a empresa de armamento israelita Elbit. O grupo exige ao governo que “façam cessar imediatamente essas aquisições, que são um apoio à máquina de guerra israelita”.
Uma consulta ao portal de compras públicas Base.gov.pt permite descobrir que ainda a 7 de outubro passado, a Força Aérea Portuguesa fez uma compra à Elbit, no valor de 81.170 euros. Antes, a 17 de dezembro de 2024, a mesma entidade adquiriu equipamento militar no valor de 439.950 euros. Em causa nestes dois casos estão os aviões F-16. No primeiro foram adquiridos serviços de peritagem. No segundo tratou-se de um "Contrato por ajuste direto para o fornecimento de componentes estruturais para a integração do sistema digital de aviso antecipado de ameaças radar (vulgo, Radar Warning Receiver - RWR) Elbit Systems SPS-45(V)5 na frota F-16M."
As compras não terminam por aqui a a FAP prepara-se para comprar mais equipamento a esta empresa, desta vez para os aviões Embraer C-390.
Este coletivo lembra que a Elbit Systems é uma das maiores empresas militares de Israel que está listada no recente relatório da ONU sobre as que lucram com o genocídio. E também que continua a decorrer uma investigação do Tribunal Internacional de Justiça sobre crimes de Genocídio cometidos por Israel em Gaza e que existe uma resolução aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas exigindo a Israel que termine a sua ocupação ilegal dos Territórios Palestinianos Ocupados na qual se insta “os Estados a assegurarem-se de que não prestam ajuda ou assistência para manter a situação criada pela ocupação. Isto inclui tomar medidas para impedir que os seus cidadãos, empresas e entidades sob a sua jurisdição se envolvam em atividades que apoiem ou sustentem a ocupação de Israel.”
O Comité de Solidariedade com a Palestina / BDS Portugal conclui que o país “não pode continuar a ignorar as resoluções da ONU e a apoiar a indústria de armamento de Israel, numa altura em que a fragilidade do acordo de cessar-fogo em Gaza é aparente, e quando continuam os ataques de colonos e do exército israelita aos palestinianos da Cisjordânia”.