No relatório divulgado esta sexta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que os “mercados imobiliários mostram crescentes sinais de sobrevalorização em toda a Europa”.
“Os preços reais das casas duplicaram desde 2015 na República Checa, na Hungria, na Islândia, no Luxemburgo, na Holanda e em Portugal”, lê-se no documento (página 22).
O FMI destaca que, “desde a pandemia, a divergência entre os preços das casas e os rendimentos, e entre os preços das casas e as rendas, aumentou ainda mais”.
“Os rácios preço/rendimento situam-se atualmente em mais de 30% acima das suas tendências de longo prazo, enquanto as relações preço/rendas também excedem em muito as suas normas históricas, inclusive em economias do Norte da Europa ou de países europeus emergentes”, acrescenta.
A organização financeira internacional refere que “modelos empíricos” apontam para uma “supervalorização de 15-20 por cento na maioria dos países europeus”. Com as taxas de juro ainda a aumentar e os rendimentos reais a serem prejudicados pela inflação, o FMI avança que “os preços das casas caíram recentemente em muitos mercados”.
O relatório sublinha que o aumento do custo de vida e as prestações bancárias estão a esticar o equilíbrio familiar”, que se pode “deteriorar ainda mais caso seja atingido por choques adicionais”.
“O número de famílias que lutam para pagar despesas básicas (alimentação, serviços públicos, rendas, pagamento de dívidas) é suscetível de aumentar em 10 pontos percentuais em 2023”, respondendo por cerca de 25 por cento da dívida hipotecária.