Extrema-direita aproveitou pandemia para difundir desinformação digital

31 de março 2021 - 9:48

Relatório Anual de Segurança Interna revela que a direita anti-imigração capitalizou "os sentimentos antissistema" e aproveitou-se dos grupos negacionistas da pandemia por forma a disseminar “um discurso apelativo da violência e do ódio" e reforçar "a radicalização de base xenófoba".

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Foto de Senado Federal, Flickr.

De acordo com o jornal Expresso, que teve acesso a “uma versão próxima da final” do mais recente Relatório Anual de Segurança Interna (RASI 2020), o confinamento imposto pela covid-19 e a maior permanência da população na internet, especialmente no que respeita aos jovens, foram capitalizados pela extrema-direita para difundir “conteúdos de propaganda e de desinformação digital".

Os meios digitais foram utilizados para incendiar "os sentimentos antissistema" e reforçar "a radicalização de base xenófoba". Para esse efeito, foi utilizado “um discurso apelativo da violência e do ódio".

O RASI 2020 refere ainda a aproximação da extrema-direita aos grupos negacionistas da pandemia.

No relatório é mencionada a atividade do movimento de extrema-direita Resistência Nacional, que, no verão do ano passado, promoveu uma “parada Ku Klux Klan” junto à sede do SOS Racismo.

"A estas ações que, naquele momento, atestaram a escalada do clima de tensão entre a extrema-direita e os adversários políticos e configuraram táticas de intimidação e/ou tentativas de condicionamento da liberdade individual e política, acrescem, embora numa dimensão inexpressiva quando comparada com outros países europeus, os riscos de radicalização violenta online de jovens portugueses que poderão conduzir nos próximos anos ao agravamento da ameaça", lê-se no documento.