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“Exclusividade dos profissionais no SNS deve ser assunto central em cima da mesa”

Moisés Ferreira transmitiu a solidariedade do Bloco com as reivindicações dos médicos na concentração em frente ao Ministério da Saúde.
Moisés Ferreira com manifestantes em dia de greve dos médicos. Foto Paula Nunes.

“Estamos aqui em solidariedade com as reivindicações dos médicos do SNS. Essas reivindicações são fundamentais para melhorar o SNS e os serviços prestados aos utentes, que são o centro do SNS”, afirmou o deputado bloquista na concentração que juntou centenas de médicos em frente ao Ministério da Saúde.

Em dia de greve convocada pela FNAM para reclamar melhores condições de trabalho, revisão da carreira e grelha salarial, algumas centenas de médicos fizeram sentir o seu descontentamento na rua. O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, também marcou presença neste protesto dos médicos.

Para Moisés Ferreira, a exclusividade dos profissionais no SNS “deve ser um assunto central em cima da mesa”. “Essa deve ser uma opção de cada profissional, e não só dos médicos. Quem aceder a ela deve ter alguns incentivos associados que valorizem essa opção e que devem ser definidos em negociação com os sindicatos”, defendeu o deputado bloquista.

Por outro lado, defendeu que “não faz sentido nenhum que num país onde faltam tantos médicos especialistas no SNS haja anualmente centenas de médicos que querem aceder à sua especialidade e são impedidos por falta de vagas”. Por isso é importante aumentar a formação especializada, como o Bloco tem proposto no parlamento, sublinhou o deputado, recordando que ainda no último debate do Orçamento do Estado propôs um concurso extraordinário para acesso à formação especializada.

“É preciso rever as carreiras, melhorar as condições de trabalho e remuneratórias para termos mais médicos, para que o SNS possa captar e fixar mais médicos. Isso passa por haver boas carreiras, para que os profissionais queiram ficar no SNS”, concluiu Moisés Ferreira.

 

“Não podemos continuar com esta destruição do SNS”

Para a médica Tânia Russo, dirigente do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, há muitas razões para protestar. “Passados cinco anos da saída da troika e quatro anos de negociações com o Ministério, não conseguimos obter nenhuma resposta significativa às nossas reivindicações”, afirmou ao esquerda.net.

“Temos hoje os serviços de saúde à beira do colapso, temos falta de médicos, as carreiras estão destruídas e não temos médicos seniores que possam formar os médicos mais novos”, sublinhou Tânia Russo, lembrando que foi a própria ministra que  disse que a formação especializada não tem de existir para todos os médicos. Isso mostra que “estamos a andar para trás: além da falta de investimento da saúde, há também problemas de organização”, referiu a médica, apontando que “muitas das reivindicações podem ser concretizadas sem um acréscimo de despesa no orçamento”.

Por estas razões, concluiu Tânia Russo, os médicos entendem que a sua luta é necessária, pois “não podemos continuar com esta destruição do SNS e com a fuga de profissionais” para o estrangeiro ou para os privados.

 

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