A iniciativa da eurodeputada do Bloco e do eurodeputado do Podemos, a que se associou a eurodeputada do partido Socialista portuguesas, pretende que a Comissão Europeia diga por escrito se conhece algum estudo sobre o impacto ambiental e para a saúde da construção da mina de Retortillo, a cerca de 40 quilómetros da fronteira portuguesa. Esse estudo é obrigatório, segundo a legislação europeia, e os eurodeputados pretendem ter acesso à documentação existente.
“Não nos basta que o governo espanhol diga que não afectará Portugal, queremos que nos demonstrem de forma séria e científica que assim é. Isso é válido para ambos os lados da fronteira”, afirmou Marisa Matias, lembrando que “Portugal tem já uma longa história com a exploração do urânio e com as suas consequências: as minas da Urgeiriça, em Canas de Senhorim, encontram-se encerradas há mais de uma década e ainda hoje continuam a fazer vítimas”.
A importância desta iniciativa subscrita por representantes políticos de ambos os lados da fronteira também foi sublinhada pela eurodeputada bloquista. “Não queremos apenas que a questão seja varrida para o quintal do vizinho, por isso é que esta iniciativa é ibérica. O ambiente e a saúde da população, seja do lado português seja do lado espanhol, não pode ser colocada em causa pelos interesses meramente económicos da indústria”, afirmou Marisa Matias.
Este sábado, 24 de fevereiro, o Bloco de Esquerda estará presente na manifestação contra a construção da mina de urânio em Retortillo, organizada pela coordenadora de associações que se opõem ao projeto. O protesto tem lugar em Salamanca, com saída marcada para as 17h locais da Plaza Constitución.
Este sábado 24 de febrero, la Coordinadora No a la Mina de Uranio "por un mundo rural vivo", ha convocado una manifestación en Salamanca en contra del proyecto de mina de uranio a cielo abierto en Retortillo. La manifestación saldrá a las 17 horas de la Plaza de a Constitución. pic.twitter.com/xjQ5QYckrO
— Ayto Monleras (@MonlerasAyto) February 22, 2018