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Estudantes de cinema protestaram contra borla fiscal às plataformas de streaming
No topo das preocupações dos manifestantes na manhã desta terça-feira estão a redução do financiamento público à produção de cinema e audiovisual em Portugal e a isenção que o Governo quer dar às plataformas de streaming como a Netflix ou a HBO de contribuírem para o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).
“Como estudantes de cinema, consideramos que a proposta de alteração à Lei apresentada pelo Governo hipoteca qualquer esperança de futuro profissional num setor que se encontra, desde sempre e cada vez mais, ameaçado de perder a sua independência”, afirmou Pedro Teixeira, do Movimento Estudantil pelo Cinema Português.
Este estudante lembrou que o cinema português “vive, ano após ano, no fio da navalha e poucos são os que conseguem viver daquilo que gostam e sabem fazer.” Uma situação que tende a piorar, caso os deputados aprovem uma lei que conduzirá à “não só à asfixia do ICA como à imposição, ao nosso cinema, da política de gosto de empresas como a Netflix.”
Nos cartazes erguidos pelos participantes no protesto podiam ler-se frases como “E tudo a Netflix levou”, “De que serve estudar se não vamos filmar”, "Não gentrifiquem o cinema português" ou "Para fazer cinema em Portugal é preciso obrigação fiscal".
O realizador de cinema João Salaviza, membro da Associação Portuguesa de Realizadores juntou-se aos estudantes de cinema para "lutar por uma lei justa que traga estes novos intervenientes para o sistema português com obrigações de investimento e com taxas". pic.twitter.com/42vN2LJuTm
— Bloco de Esquerda (@EsquerdaNet) October 20, 2020
Entre os manifestantes estavam vários realizadores solidários, como João Botelho, Catarina Vasconcelos, Teresa Villaverde, João Salaviza, Inês Oliveira, Gabriel Abrantes e Cláudia Varejão. E também produtores e programadores como Luís Urbano, Pedro Duarte, Miguel Valverde e Cíntia Gil.
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