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Estudantes de cinema protestaram contra borla fiscal às plataformas de streaming

Centena e meia de estudantes e profissionais do cinema manifestaram-se em frente ao Parlamento, enquanto lá dentro os deputados discutem em comissão as alterações propostas pelo Governo à Lei do Cinema.
Estudantes de cinema em frente ao Parlamento esta terça-feira
Foto Esquerda.net

No topo das preocupações dos manifestantes na manhã desta terça-feira estão a redução do financiamento público à produção de cinema e audiovisual em Portugal e a isenção que o Governo quer dar às plataformas de streaming como a Netflix ou a HBO de contribuírem para o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).

“Como estudantes de cinema, consideramos que a proposta de alteração à Lei apresentada pelo Governo hipoteca qualquer esperança de futuro profissional num setor que se encontra, desde sempre e cada vez mais, ameaçado de perder a sua independência”, afirmou Pedro Teixeira, do Movimento Estudantil pelo Cinema Português.

Este estudante lembrou que o cinema português “vive, ano após ano, no fio da navalha e poucos são os que conseguem viver daquilo que gostam e sabem fazer.” Uma situação que tende a piorar, caso os deputados aprovem uma lei que conduzirá à “não só à asfixia do ICA como à imposição, ao nosso cinema, da política de gosto de empresas como a Netflix.”

Nos cartazes erguidos pelos participantes no protesto podiam ler-se frases como “E tudo a Netflix levou”, “De que serve estudar se não vamos filmar”, "Não gentrifiquem o cinema português" ou "Para fazer cinema em Portugal é preciso obrigação fiscal".

Entre os manifestantes estavam vários realizadores solidários, como João Botelho, Catarina Vasconcelos, Teresa Villaverde, João Salaviza, Inês Oliveira, Gabriel Abrantes e Cláudia Varejão. E também produtores e programadores como Luís Urbano, Pedro Duarte, Miguel Valverde e Cíntia Gil.

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