Solidariedade com a Palestina

Estivadores de Marselha recusam ser cúmplices do genocídio

05 de junho 2025 - 14:08

Uma investigação descobriu que esta quinta-feira 14 toneladas de peças para metralhadoras com destino a Israel iriam ser carregadas no porto de Fos-sur-Mer. O sindicato dos estivadores anunciou que os trabalhadores não irão carregar o navio.

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Estivadores de Marselha
Estivadores de Marselha. Foto do X.

Uma investigação conjunta do Disclose e do The Ditch revelou esta quarta-feira que, apesar dos apelos dos peritos da ONU para acabar com as entregas de armas a Israel, estas continuam em França. A informação é de que o Contship Era, um cargueiro da empresa israelita Zim, faria escala esta quinta-feira no porto de Fos-sur-Mer, perto de Marselha, com o objetivo de carregar perto de 14 toneladas de peças para metralhadoras.

O material tem como destino o porto de Haïfa em Israel e foi encomendado pela empresa IMI, Israel Military Industries, que se auto-descreve como “o líder mundial de munições de pequeno calibre e o fornecedor exclusivo das forças de defesa israelitas”.

A empresa que produziu as peças é a fábrica francesa Eurolinks e aqueles meios de comunicação social acrescentam tratar-se da terceira encomenda do mesmo tipo só desde o início deste ano. A 3 de abril tinham sido carregadas no mesmo barco 20 toneladas de peças metálicas com a mesma finalidade e a 22 de maio foram quase dois milhões de elos metálicos, metade dos quais compatíveis com metralhadoras Negev 5.

Ao saber disto, a CGT dos estivadores e trabalhadores portuários do golfo de Fos anunciou a sua recusa categórica de carregar o material militar.

O comunicado sindical afirma que “depois de alertar os nossos empregadores e as autoridades competentes, conseguimos encontrar este contentor cheio de peças da Eurolinks. Foi posto de lado e os estivadores não o carregarão no navio com destino a Haifa. Não participaremos no genocídio em curso orquestrado pelo governo israelita”.

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