Uma investigação conjunta do Disclose e do The Ditch revelou esta quarta-feira que, apesar dos apelos dos peritos da ONU para acabar com as entregas de armas a Israel, estas continuam em França. A informação é de que o Contship Era, um cargueiro da empresa israelita Zim, faria escala esta quinta-feira no porto de Fos-sur-Mer, perto de Marselha, com o objetivo de carregar perto de 14 toneladas de peças para metralhadoras.
O material tem como destino o porto de Haïfa em Israel e foi encomendado pela empresa IMI, Israel Military Industries, que se auto-descreve como “o líder mundial de munições de pequeno calibre e o fornecedor exclusivo das forças de defesa israelitas”.
A empresa que produziu as peças é a fábrica francesa Eurolinks e aqueles meios de comunicação social acrescentam tratar-se da terceira encomenda do mesmo tipo só desde o início deste ano. A 3 de abril tinham sido carregadas no mesmo barco 20 toneladas de peças metálicas com a mesma finalidade e a 22 de maio foram quase dois milhões de elos metálicos, metade dos quais compatíveis com metralhadoras Negev 5.
Ao saber disto, a CGT dos estivadores e trabalhadores portuários do golfo de Fos anunciou a sua recusa categórica de carregar o material militar.
Bravo aux dockers CGT de FOS qui, fidèles à l’engagement de la #CGT pour la paix, ont refusé de charger un conteneur de matériel d’armement destiné à l’armée israélienne. La France doit stopper immédiatement toute livraison d’arme ! #StopGenocide #paix pic.twitter.com/AGT5XirQ9J
— Sophie Binet (@BinetSophie) June 4, 2025
O comunicado sindical afirma que “depois de alertar os nossos empregadores e as autoridades competentes, conseguimos encontrar este contentor cheio de peças da Eurolinks. Foi posto de lado e os estivadores não o carregarão no navio com destino a Haifa. Não participaremos no genocídio em curso orquestrado pelo governo israelita”.
🔴 « Pour la paix, pour l'arrêt des guerres dans le monde, pour une société débarrassée de l'exploitation capitaliste. » : avec la CGT, les dockers et ouvriers portuaires du Golfe de Fos découvrent et refusent de décharger des stocks militaires à destination d’Israël. pic.twitter.com/f84dWBmSPI
— Unité CGT (@UniteCGT) June 4, 2025