A 21 de agosto, José Paulo Sousa, deputado do Chega nos Açores, partilhava um publicação nas suas redes sociais com o grafismo do partido no qual denunciava o que considerava ser uma “situação alarmante”: haveria 15 ou 16 barcos chineses a pescar na Zona Económica Exclusiva de Portugal. O dirigente político de extrema-direita indignava-se face às “questões graves sobre a gestão e a soberania dos nossos recursos marítimos”.
A nota foi também publicada na página oficial do Chega Açores na qual se podia ler que o “Chega exige uma acção imediata, para defender o mar dos Açores que está a saque”. Esta foi partilhada 274 vezes.
A informação, falsificada a partir de dados do Sistema de Identificação Automática e que circulou nas redes sociais, não tinha qualquer fundamento. Mas levou a Força Aérea Portuguesa a procurar os barcos inexistentes durante sete horas e, com isso, gastando 45 mil euros.
Estes dados foram agora conhecidos por o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda ter perguntado ao Ministério da Defesa Nacional pelos gastos das operações de “busca”. Para além dos custos a aeronave P3 Orion que percorreu 1.750 milhas náuticas, com um custo de 6.438,09 euros por hora de voo, também a Marinha apresentou custos de 315 euros.