Está aqui

Estado da Nação: “Governo não toma medidas sobre problemas estruturais do país”

Pedro Filipe Soares afirma que o Governo “empurra com a barriga” os problemas estruturais e denuncia que “há quem esteja a lucrar com a crise geral do país”. Este “deixa que os milionários continuem a ficar mais ricos, à medida que o país empobrece”.
Pedro Filipe Soares - Foto de Tiago Petinga/Lusa (arquivo)
Pedro Filipe Soares - Foto de Tiago Petinga/Lusa (arquivo)

“O estado da nação pode ser, em parte, respondido pelo estado da governação e, para o Governo, parece que o lema é: ‘o país segue dentro de momentos’”, afirmou Pedro Filipe Soares em declarações à agência Lusa, antecipando o debate sobre o Estado da Nação, que terá lugar esta quarta-feira na Assembleia da República.

O líder parlamentar do Bloco sublinhou que “há problemas estruturais que estão hoje a afetar a vida das pessoas que deveriam ter sido acautelados, prevenidos e, de certa forma, até dirimidos, e o Governo tem-se escudado sempre quando chega o momento de tomar decisões”.

Pedro Filipe Soares destacou a necessidade de uma resposta ao “aumento do custo de vida, quer pela parte dos salários, quer pela parte do controlo de preços”, apelando a que se “garanta que não há abusos que prejudiquem ainda mais as pessoas neste momento de crise”.

E acusou: “Tivemos o primeiro-ministro a dizer, sobre a inflação, que ela é temporária e membros do governo a dizer que ela será permanente e está a afetar o investimento público. As pessoas sentem no seu bolso que, de facto, a inflação é crescente e cada vez mais lhe ocupa uma parte do salário, mas o primeiro-ministro não apresenta nenhuma solução para a matéria”.

“Olhamos para os preços da eletricidade e dos combustíveis e, enquanto noutros países vemos que há identificação de lucros abusivos por parte das empresas destes setores”, em Portugal verifica-se “que há sobrelucros indevidos e que há quem esteja a lucrar com a crise geral do país”. "O governo recusa fazer qualquer coisa e deixa que os milionários continuem a ficar mais ricos, à medida que o país empobrece”, criticou ainda Pedro Filipe Soares.

“Nós olhamos para os lucros da Galp, da EDP, para os lucros do Pingo Doce, do Continente, e percebemos que estes aumentam à medida que a crise se agiganta no nosso país, e eles fazem parte daqueles que estão a lucrar com a desgraça alheia”, indicou.

“Vemos, portanto, um Governo que, sobre os problemas estruturais do país – as alterações climáticas, o aumento do custo de vida, a inflação – não toma medidas, deixa que esses problemas se avolumem, se agigantem, na expectativa que a realidade os resolva por obra e graça do funcionamento normal da vida”, salientou.

O estado da nação “é, portanto, o estado de uma nação que empobrece, porque o Governo não decide como deveria decidir”, frisou Pedro Filipe Soares.

O líder parlamentar bloquista acrescentou ainda à Lusa que as prioridades legislativas do Bloco para setembro – quando o parlamento retomar os trabalhos após interrupção para férias –, passam por dar “corpo a um conjunto de iniciativas para salvaguardar o poder de compra das pessoas, quer no salário, quer por via dos serviços públicos, quer por via da necessidade de materialização dos direitos, seja na habitação, seja nos transportes públicos”.

Termos relacionados Política
(...)