Está aqui

Encargos do SNS com exames e análises no privado batem recorde em 2022

No primeiro semestre, o SNS pagou aos privados 393 milhões de euros em Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica. Este valor traduz um aumento de 14,2% face ao mesmo período de 2021, que foi um ano excecional devido ao elevado valor das despesas contabilizadas.
Imagem publicada em kidney.org.

A edição desta segunda-feira do jornal Público noticia que o aumento das despesas em exames e análises no setor privado foi acompanhado pela subida do número de requisições aviadas: 11,7 milhões, em comparação com as 9,9 milhões registadas no primeiro semestre de 2021.

Tal como aconteceu no ano passado, é na área das análises clínicas que se concentra a maior fatia das despesas, com 55,1% do total de custos do primeiro semestre deste ano a recair nesta rubrica. Segue-se a medicina física e de reabilitação (15,8%), radiologia (15,6%) e as endoscopias gastroenterológicas (7,1%). Os encargos com a hemodiálise e o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia não são aqui contabilizados.

No espaço de dez anos, as despesas anuais com Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT) rondaram os 400 milhões de euros. O Relatório de Acesso a Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionadas de 2021 revela algumas exceções: 2012, com encargos de 380 milhões, 2013, ano em que se registou uma despesa de 372 milhões, e 2019, que ultrapassou a fasquia dos 500 milhões de euros.

Já em 2021, o valor gasto pelo erário público em exames e análises no privado ascendeu a perto de 718 milhões de euros.

Na nota explicativa do Orçamento do Estado deste ano, o Ministério da Saúde refere que o aumento da despesa se deve à “continuação do reforço da actividade assistencial para melhoria dos níveis de acesso” e à “comparticipação dos testes COVID-19 (com impacto considerável sentido ainda no início do ano de 2022)”.

Em resposta ao Público, o Ministério da Saúde argumentou que “a resposta à covid-19 mantém ainda um peso expressivo nos custos, representando 50% e 52%, no primeiro semestre de 2021 e 2022, respetivamente, na totalidade da área das análises clínicas”. E realçou estar “concentrado na resolução das necessidades de cuidados de saúde não satisfeitas, em grande parte justificadas pelo contexto pandémico”. “O aumento de custos reflete o esforço de recuperação e retoma da atividade programada para responder às necessidades de cuidados, utilizando os recursos disponíveis de forma efetiva e eficiente”, garantiu o Ministério, sublinhando que os valores estão a “ser monitorizados em adequação às necessidades”.

Termos relacionados Sociedade
(...)