A cada ano que passa, a humanidade esgota mais rápido os recursos anuais do planeta. Em 2024, o Dia de Sobrecarga do Planeta foi registado no primeiro dia de agosto, um dia mais cedo do que o ano passado, o que significa que ultrapassámos os limites anuais dos recursos do planeta em sete meses.
A partir de hoje, usaremos recursos que só deveriam ser usados a partir de 2025. Recursos esses que o planeta não regenera à velocidade suficiente para o consumo humano e cujo esgotamento implica o dano permanente a ecossistemas. Os humanos estão a usar 1,7 planetas, o que significa que utilizamos mais 70% do que os recursos que a natureza tem disponíveis anualmente.
Há duas décadas, o Dia de Sobrecarga da Terra ainda era assinalado no mês de setembro, mas a partir de 2005 começámos a ultrapassar sistematicamente os limites de recursos anuais terrestres em Agosto. Nos últimos oito anos, o Dia de Sobrecarga foi assinalado sete vezes na primeira semana de agosto. A partir de agora, estamos mais perto de que seja assinalado já em julho.
Lewis Akenji, um membro da direção da Global Footprint Network, a entidade que calcula e assiná-la o Dia de Sobrecarga da Terra, afirmou que “A sobrecarga vai acabar. A questão é como: por desígnio ou desastre”, apelando aos governos e às empresas de todo o mundo para que alterem de forma urgente os sistemas económicos mundiais.
Segundo os dados da Global Footprint Network, Portugal já tinha esgotado os seus próprios recursos anuais no dia 28 de maio, o que significa que se cada pessoa no planeta vivesse como os portugueses, a humanidade precisaria de 2,9 planetas para ter padrões de produção e consumo sustentáveis.
O primeiro país a esgotar os seus recursos este ano foi o Catar, a 11 de fevereiro, seguido do Luxemburgo, no dia 20 do mesmo mês. A previsão é de que o último país a esgotar os seus recursos sejam o Equador e a Indonésia, a 24 de novembro.