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Eleições em Moscovo: Partido de Putin perde deputados mas não a maioria

Após ter impedido quase todos os candidatos da oposição de irem a votos, o partido do presidente russo mantém a maioria em Moscovo, mas perde quase metade dos deputados.
eleitores foram às urnas este domingo para escolher autarcas e governadores na Rússia. Foto Yuri Kochetkov/EPA

Os candidatos do partido Rússia Unida apresentaram-se às eleições municipais deste domingo como candidatos independentes, procurando assim escapar à queda de popularidade do seu líder Vladimir Putin. Mas nem isso os livrou de sofrer perdas importantes, passando de 40 para 25 eleitos no parlamento de Moscovo, que tem 45 lugares. O próprio líder do partido na capital russa, Andrei Metelsky, não conseguiu ser reeleito no seu círculo, perdendo para um candidato apoiado pelo Partido Comunista.

Estas eleições foram antecedidas de forte contestação nas ruas contra a decisão da comissão eleitoral de afastar candidaturas de elementos da oposição. O candidato derrotado nas eleições de 2013 à Câmara de Moscovo e que desde então se assume como o líder da oposição a Vladimir Putin - Alexei Navalny, que passou o último mês na prisão na sequência das manifestações -, resolveu adotar a tática do “voto inteligente”, apelando ao voto no candidato melhor colocado em cada círculo para derrotar as figuras ligadas ao partido de Putin.

Através de um site na internet e de uma aplicação para telemóvel, os eleitores moscovitas podiam verificar qual o candidato com mais hipóteses de derrotar a Rússia Unida em cada círculo eleitoral. O maior beneficiário desta tática acabou por ser o Partido Comunista, que ao longo dos anos se foi adaptando ao papel de oposição tolerada pelo regime de Putin. Dos cinco eleitos que tinha em Moscovo, passou a treze nas eleições deste domingo.

Outro partido da oposição “sistémica”, o Rússia Justa, elegeu três representantes. O liberal Yabloco foi o único partido fora do sistema a entrar nos boletins de voto e conseguiu eleger os quatro candidatos autorizados a apresentarem-se a esta eleição, alguns apenas depois de terem recorrido aos tribunais da decisão da comissão eleitoral.

Após serem conhecidos os resultados provisórios, a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Baachelet, pediu esta segunda-feira uma investigação ao alegado "uso excessivo" da força pela polícia russa nas semanas que antecederam as eleições locais e regionais. Mais de 2.500 pessoas foram detidas após a repressão dos protestos pacíficos contra o afastamento de candidatos da oposição neste sufrágio.

Segundo o jornal Guardian, Vladimir Putin refutou as críticas à ausência forçada de muitos candidatos da oposição, dizendo que a qualidade dos candidatos é mais importante do que a quantidade. Na corrida aos cargos de governador, os candidatos afetos a Putin conseguiram melhores resultados, obtendo as suas reeleições à primeira volta.

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