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Diretores da Shell processados por estratégia climática desastrosa

A ONG ClientEarth entrou com uma ação no Tribunal Superior de Londres contra o conselho de administração da Shell por não responder aos “riscos materiais e previsíveis que as alterações climáticas representavam para a empresa".
Cerca de uma semana após a Shell ter divulgado os maiores lucros da sua história, a ClientEarth, que atua na qualidade de acionista minoritária da petrolífera, acusou os 11 membros do conselho de administração de falharem nas suas obrigações legais, ao não adotarem uma estratégia de transição energética, em conformidade com o Acordo de Paris sobre o Clima. A organização não governamental considera que o plano da petrolífera coloca a empresa em risco financeiro à medida que o mundo faz a transição para a energia limpa. E lembra que, à medida que os litígios climáticos aumentam em todo o mundo, a empresa tem sido alvo de desafios legais e regulatórios recentes, os quais incluem uma ordem judicial holandesa para reduzir as emissões do seu petróleo e gás em 45% até 2030 e a acusação de que a Shell está a investir menos em energia verde do que afirma.
De acordo com a ClientEarth, é a primeira vez que o conselho administrativo de uma empresa é formalmente denunciado face à sua incapacidade de se preparar, corretamente, para a transição energética.
"A transição para uma economia de baixas emissões de carbono não é apenas inevitável, mas já está em andamento. No entanto, o conselho de administração persiste numa estratégia (...) fundamentalmente deficiente", que ameaça "o sucesso futuro da Shell", afirmou Paul Benson, advogado da ONG.
Já a Shell alega que a ação "não tem fundamento", e que a sua estratégia climática “está alinhada com a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris”, tendo sido aprovada por 80% dos seus acionistas.
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