O custo da habitação em Portugal foi o que mais subiu no grupo de países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), e é o quinto mais alto no grupo de 30 países selecionados pelo novo estudo da organização.
O relatório foi ontem apresentado em Paris e, segundo o Diário de Notícias, admite que “os custos da habitação são uma componente da inflação dos serviços e têm exercido uma pressão ascendente e persistente sobre a inflação total em muitos países”.
O aumento dos salários nacionais, face ao aumento dos preços da habitação, significa que o aumento real dos salários registados é muito inferior e que a capacidade de poder de compra dos portugueses se mantém baixa. Os países da OCDE mais problemáticos apontados pelo estudo são Reino Unido, Canadá, Austrália, Letónia e Portugal.
É identificada uma “inflação na habitação” na ordem dos 6,5% em Portugal, a quinta mais agressiva do grupo da OCDE. O relatório admite mesmo que a crise na habitação coloca em risco o crescimento económico a prazo.
“A habitação tornou-se cada vez mais inacessível em muitos países da OCDE, dificultando a mobilidade residencial e profissional e especialmente as deslocações para os aglomerados mais dinâmicos e produtivos”, lê-se.
Face à crise, a resposta do governo tem sido prometer mais construção, mas a verdade é que uma grande parte dos problemas da falta de casas passa pela utilização desses fogos para outros objetivos, como para o turismo, e também pelo aumento dos imóveis devolutos, que não são requalificados nem postos no mercado à venda. Outro dos problemas é a baixa percentagem de habitação pública, onde Portugal é ultrapassado pela larga maioria dos países europeus, e que permite manter em xeque o mercado, não permitindo que os preços subam de forma tão vertiginosa.