No conjunto de questões endereçadas ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, a deputada do Bloco Isabel Pires refere que os CTT são uma “empresa histórica e um marco para o desenvolvimento do país” e que a sua privatização, levada a cabo pelo governo PSD/CDS em 2013, veio “colocar em causa a qualidade dos serviços de correios com que os portugueses contam desde há muito”.
A gestão privada dos CTT tem-se pautado, de facto, por inúmeros erros, falhas graves no cumprimento dos indicadores de serviço postal e desrespeito pelos direitos laborais, revelando-se “altamente lesiva para o erário público, mas também para utentes e trabalhadores”.
De acordo com a própria administração da empresa, os CTT falharam em todos os indicadores de qualidade do serviço postal em 2019. Em 2016, 2017 e 2018, os CTT já tinham falhado em alguns indicadores, mas esta é a primeira vez que a empresa não consegue cumprir um único critério. Isto apesar de a ANACOM, que regula o setor, ter elevado os indicadores de 11 para 24 para esta avaliação.
Isabel Pires considera que as justificações avançadas publicamente pela administração dos CTT, desresponsabilizando-se por estes resultados, “não podem ser, sequer, consideradas sérias”.
O Bloco defende que o Governo não “pode aceitar esta complacência reiterada e falhas gravíssimas da administração privada dos CTT ao longo dos últimos anos”, recordando que “o contrato de serviço postal termina no final deste ano e poucas garantias existem para a manutenção de um bom serviço”.
Neste contexto, Isabel Pires pretende saber se o Governo pondera a nacionalização dos CTT e, se não, se pretende vir a ter capacidade de decisão ao nível da gestão executiva da empresa.