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Covid-19: "Não podemos depender nem do financiamento privado nem da investigação privada”

Esta semana decorreu uma campanha de angariação de fundos, conduzida pela Comissão Europeia para se obter 7,5 mil milhões de euros para tratamento e combate à Covid-19, destinados à procura de uma vacina e reforço de meios de diagnóstico. A eurodeputada do Bloco, Marisa Matias, considera que foi “uma iniciativa de sucesso” e também uma demonstração de que “necessitamos de cooperação nestes tempos de pandemia”.
“A Comissão Europeia, num recorde de três horas conseguiu angariar 7,4 mil milhões de euros”, para os quais Portugal contribuiu com 10 milhões. Através de vídeo publicado nas redes sociais, Marisa Matias explica que “do lado da Comissão Europeia, alguns dos fundos que foram obtidos não eram necessariamente dinheiro novo, é apenas uma redistribuição de fundos, como por exemplo os 600 milhões de euros que já estavam no horizonte Europa e que foram deslocados para esta iniciativa, ou os 80 milhões de euros que estavam no fundo de resgate, ou os 400 milhões de euros que aparecem no montante global, mas que na realidade são garantias para empréstimos. Portanto não estamos a falar só de dinheiro novo, como seria necessário”.
Marisa Matias alerta que é conhecida uma recente mobilização por parte das grandes farmacêuticas “para que houvesse dinheiro público investido na investigação”, mas não se sabe “qual a ligação do apelo das farmacêuticas a esta coleta promovida pela União Europeia, só o saberemos quando o dinheiro for distribuído”.
A eurodeputada salienta a importância de que “seja universal” e de “propriedade pública”. “Se recorremos ao dinheiro público e à cooperação entre países, o que está bem, é preciso garantir a toda a gente que ninguém fará lucro à custa de qualquer que seja o tratamento”. “Quando as situações são mesmo urgentes e quando tanta gente está a morrer, não podemos depender de maneira nenhuma, nem do financiamento privado nem da investigação privada”.
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